O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senador Nelsinho Trad (PSD-MS), afirmou que, se a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) à embaixada brasileira em Washington se concretizar, serão seguidas as mesmas normas regimentais usadas para as demais indicações. Pelo Regimento Interno do Senado Federal (Risf), os indicados para chefiar missões diplomáticas têm que passar por uma sabatina na CRE. Um senador apresentará um relatório e, independentemente do resultado da votação na comissão, o parecer segue para votação no Plenário da Casa.
— Não vamos mexer em nada, não vamos mudar nossa rotina. Vamos continuar com o mesmo rito que desde o início dos nossos trabalhos em fevereiro tem apresentado resultados positivos — disse Trad, ao repercutir sugestões de mudanças. Alguns senadores chegaram a pedir em Plenário que a votação fosse aberta, mas o Risf prevê votação secreta para embaixadores.
Senadores divulgaram no twitter que já receberam a visita de Eduardo Bolsonaro em busca de apoio. Na semana anterior, porém, o presidente Bolsonaro sinalizou que poderia abrir mão da indicação, caso o filho enfrentasse dificuldades para a aprovação de seu nome no Senado.
De acordo com pesquisa encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), elaborada pelo instituto MDA, 72% dos brasileiros reprovam a indicação. Eduardo, porém, disse no Twitter que os planos estão mantidos e que já está estudando para a sabatina.
O presidente da CRE avaliou, no programa Salão Nobre, da TV Senado, que o Senado ainda está dividido sobre a possível indicação. Segundo Nelsinho Trad, quatro senadores já pediram para relatar a indicação, dois favoráveis e dois contrários. A escolha do relator cabe ao presidente da CRE.
— Nós temos os critérios que a gente segue para poder distribuir as relatorias de forma uniforme para que nenhum relator que antes proferiu o relatório possa ter mais relatórios do que os outros — explicou.
Embora tenha direito a voto, ao ser questionado se a indicação é ou não um caso de nepotismo, Trad respondeu que, “como presidente da CRE e aquele que tem o dever de conduzir a sessão dentro de total imparcialidade, eu vou me reservar no direito de não entrar em opiniões que possam levar a crer que eu estou apoiando ou prejudicando o candidato”.
Mas afirmou que “é muito mais produtivo quando um indicado à diplomacia tem a simpatia do chefe da nação, para aperfeiçoar laços diplomáticos e comerciais”, em referência ao apoio já anunciado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à possível indicação de Eduardo Bolsonaro.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)