Atualmente, 536 venezuelanos ocupam região do entorno do terminal rodoviário
Iniciaram, nesta terça-feira (27/08), as tratativas para o ordenamento da área próxima ao Terminal Rodoviário Engenheiro Huascar Angelim – Rodoviária de Manaus, ocupado atualmente por 536 refugiados venezuelanos.
A iniciativa faz parte da Operação Acolhida, uma articulação do Governo do Amazonas com o Governo Federal, reunindo as Forças Armadas do Brasil, as secretarias de Estado de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Sejusc) e Assistência Social (Seas), a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), além da Organização Internacional de Migração (OIM), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
O coordenador da Operação Acolhida em Manaus, coronel Ademar Neto, explicou que, após uma reunião na manhã de terça-feira (27/08) entre as instituições envolvidas, foi alinhado que os ocupantes serão encaminhados para a Arena Amadeu Teixeira, localizada na rua Lóris Cordovil, também no bairro Flores, onde permanecerão até o término das ações.
Nesse período, será montada uma estrutura de albergamento, que consiste em tendas e overlays (contêineres) a serem usadas para atendimento dos refugiados.
“A ideia é que seja um local de pernoite. Que eles saiam para procurar trabalho pela manhã e à noite venham pernoitar. Vamos fornecer a eles Carteira de Trabalho, Carteira de Identidade e CPF. Haverá uma integração entre Forças Armadas, Receita Federal e Forças Federais para que seja feito um mutirão para fornecimento de toda a documentação necessária para que eles tenham condições de se interiorizar, se quiserem. Já estamos montando um posto de interiorização e triagem aqui na avenida Torquato Tapajós”.
A titular da Seas, Márcia Sahdo, explicou que providenciou junto à Casa Civil a liberação da Arena Amadeu Teixeira para a acomodação dos migrantes venezuelanos, a pedido da Operação Acolhida, e que há um esforço de todas as instituições envolvidas para dar as condições necessárias para que os refugiados saiam do atual quadro de vulnerabilidade em que se encontram.
“Estamos todos unindo forças para que eles possam desenvolver suas aptidões para conseguir uma vida digna com trabalho, saúde e educação. A Operação Acolhida veio fortalecer ainda mais nosso objetivo de criar essas condições estruturais para eles”, sintetizou.
A titular da Sejusc, Caroline Braz, também destacou a proposta de atendimento humanizado que as ações oferecem. “Serão montadas três ilhas, onde serão separados os homens e mulheres solteiras. As famílias devem ficar juntas nestes espaços”, ressalta. “O objetivo é que essas pessoas sejam futuramente interiorizadas”.
Posto de Atendimento – Na Rodoviária, um Posto de Referência de Atendimento (PRA) já está em funcionamento com uma sala específica da Unicef para atender crianças e evitar situações de vulnerabilidade.
“Temos também uma área de lavanderia, banheiros, chuveiros, área para secagem de roupas e um local para a guarda de pertences. O objetivo dessa ação é justamente trazer mais conforto e segurança para essas pessoas”, frisou a secretária executiva da Sejusc, Edmara Castro.
Ação Conjunta – Durante a ação, a Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) e Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) também retiraram entulhos, realizaram a limpeza da área e disponibilizaram ambulâncias no local para apoio e atendimento, caso necessário.
Todos os órgãos também atuaram na sensibilização e orientação às famílias para o reordenamento. “Estamos disponibilizando toda ajuda possível da Prefeitura de Manaus, dentro da Operação Acolhida, para que justamente por meio da força-tarefa conjunta possamos oferecer um apoio de melhor qualidade para as famílias venezuelanas”, destacou a titular da Semasc, Conceição Sampaio.