O Vasco não vai ser indiciado pelos cantos homofóbicos, no último domingo (25), na vitória de 2 a 0 sobre o São Paulo. Os procuradores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) entendem que o clube agiu imediatamente para cessar a manifestação preconceituosa, com avisos no alto-falante e no placar eletrônico de São Januário. Entretanto, um procedimento preliminar deve ser aberto para que o clube apresente maiores explicações.
Em nota oficial, o Vasco da Gama repudia “a manifestação de caráter homofóbico por parte de alguns de seus torcedores”. O clube lembrou ainda que “o combate a este tipo de postura não deve ser motivado pelo receio de punição desportiva (eventual perda de pontos), mas, sim, por uma questão de cidadania, respeito ao próximo e cumprimento da lei”.
A nota ainda destaca que o Vasco é a “casa de todos” e que vai promover ações educativas, contribuindo no processo de conscientização para “que atos de preconceito fiquem no passado”.
O treinador do São Paulo, Cuca, também falou sobre o episódio de homofobia.
“É um caso delicado, mas o mundo muda e quem sabe a gente não possa ter, no futuro, outro tipo de gritos, que não sejam homofóbicos”, acredita Cuca.
Pela primeira vez na história do futebol brasileiro, um jogo foi paralisado por conta de manifestações homofóbicas. O juiz Anderson Daronco relatou o fato na súmula como orienta o STJD, que dependendo do caso não descarta punições mais graves aos clubes, como multa, perda de pontos e até a eliminação do campeonato.
Edição: Verônica Dalcanal