A Justiça Militar Federal adiou a audiência em que seriam ouvidos hoje (26) os 12 militares do Exército que respondem pelas mortes do músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, que estava em um carro alvejado por cerca de 80 tiros, e do catador de papel Luciano Macedo, de 27, que também foi baleado ao tentar ajudá-lo. O crime ocorreu em abril, na zona norte do Rio de Janeiro.
O motivo do adiamento foi a indicação de uma testemunha de defesa que, ao depor em juízo, disse não ter presenciado ação. A testemunha era um soldado da Polícia Militar, que afirmou não ser da guarnição que aparece em um vídeo gravado no momento da ação de socorro às vítimas dos disparos.
Segundo a assessoria de imprensa do Superior Tribunal Militar, como os réus não podem ser ouvidos antes de todas as testemunhas, foi necessário adiar a audiência, que chegou a ouvir um tenente da PM que atua na área em que foram feitos os disparos.
A juíza Mariana Queiroz Aquino Campos marcou a oitiva dos réus para início de outubro e deu prazo de cinco dias para a defesa apresentar o nome dos policiais militares que vão testemunhar em defesa dos militares do Exército.
A Justiça Militar aceitou a denúncia do Ministério Público Militar (MPM) no dia 11 de maio e transformou em réus 12 integrantes do Exército no caso do carro em Guadalupe, Um segundo-tenente, um terceiro-sargento, dois cabos e oito soldados vão responder por homicídio qualificado, tentativa qualificada e omissão de socorro.
De acordo com o MPM, os militares buscavam autores de um roubo e dispararam contra o carro onde estava Evaldo, um Ford Ka branco. O sogro do músico foi ferido na ação, enquanto sua mulher, seu filho e uma amiga que também estavam no veículo não foram atingidos. O catador Luciano foi baleado ao tentar socorrer Evaldo e morreu 11 dias depois, no Hospital Estadual Carlos Chagas.
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Edição: Narjara Carvalho