A experiência de levar capacitação e estimular o empreendedorismo entre as mulheres do Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF), localizada no km 08 da BR-174 (Manaus-Boa Vista), está aumentando a procura das internas pelo projeto Lisbela. A partir desta quinta-feira (21/08), uma nova turma começa a receber o curso profissionalizante de manicure e pedicure dentro da unidade.
A capacitação é promovida pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e a Umanizzare Gestão Prisional, empresa que faz cogestão em outras cinco penitenciárias do Amazonas.
Serão 60 horas de aula, sendo seis horas por dia com instruções teórica e prática para 12 reeducandas inscritas nesta edição. De acordo com a professora contratada pela Umanizzare, Arlene Araújo da Silva, mais do que a beleza, a manicure deve se preocupar com a saúde da clientela, além da sua própria.
Durante o curso, serão repassadas informações para que a profissional não entre na mira da Vigilância Sanitária, quando se tornarem empreendedoras: lavar as mãos antes de atender cada pessoa; abrir a embalagem dos alicates, espátulas e outros instrumentos de metal na frente do cliente; perguntar ao cliente se possui alguma alergia a esmalte ou outro produto a ser utilizado; colocar luvas descartáveis e só retirá-las quando concluir o serviço, serão assuntos tratados neste curso.
“Além de evitar a contaminação de doenças (aids, hepatites B e C), fungos (micoses), com esses cuidados, irá garantir o retorno da cliente. É o diferencial de uma boa profissional das mãos e pés”, ressalta a professora.
Identificando e tratando doenças – Outro diferencial do curso será a identificação de possíveis doenças de unhas, tais como descamação, ondulação e quebra, para poder dar aquele toque importante para a cliente de que é hora de procurar um profissional da saúde.
“É sempre um desafio levarmos atividades e capacitação que incentivem a autonomia das internas para que, quando elas deixem a unidade prisional, já possam ter uma alternativa imediata de trabalho”, destaca a coordenadora técnica da Umanizzare, Sheryde Karoline.
Para a diretora do CDPF, tenente Socorro Freitas, o esforço de humanizar o sistema penitenciário passa obrigatoriamente pela oferta de oportunidades de trabalho e capacitação. “Nosso intuito é ofertar o maior número de cursos de capacitação visando o retorno das presas à sociedade”, afirma Socorro, ressaltando que o projeto Lisbela também tem alcançado outros objetivos, como a redução da pena.
No local há lavatórios, cadeira, espelheira, poltronas de cabeleireira, cadeiras para manicure, refrigeração, insumos, secador, chapinha, máquina de cortar cabelo, dentre outros equipamentos necessários à consolidação do projeto, que prima pela ressocialização por meio do empreendedorismo.