Criminal
20 de Agosto de 2019 às 16h50
Casal de empresários é investigado por lavagem de dinheiro no ES
Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (20). Justiça determinou, ainda, o sequestro de imóveis, embarcações e valores, além da indisponibilidade de automóveis dos investigados
Arte: Secom/PGR
O Ministério Público Federal no Espírito Santo, a Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram na manhã desta terça-feira, 20 de agosto, a Operação Masqué, sequência da Operação Crupiê, feita pela Receita. O objetivo é investigar crime de lavagem de dinheiro praticado por um casal de empresários capixabas, sócios de empresas que atuavam no comércio exterior. Foi identificada a prática de evasão de divisas entre os anos de 2009 e 2010, num total de cerca de U$ 100 milhões em 1178 contratos de câmbio fraudulentos.
O nome dos envolvidos não está sendo divulgado porque a investigação está sob sigilo. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais ligados aos investigados, em Vila Velha (ES) e São Paulo (SP). A Justiça Federal determinou, ainda, o sequestro de imóveis, de embarcações e de valores, além da indisponibilidade de automóveis dos investigados.
Esquema – Com a participação de funcionários de uma corretora de câmbio, o grupo então investigado promovia a saída de divisas para o exterior, repetindo as mesmas Declarações de Importação e faturas em vários contratos de câmbios diferentes. Dessa forma, usando uma mesma Declaração de Importação em vários contratos de câmbio, os investigados simulavam diversas importações usando a documentação referente a apenas uma operação regular. Os pagamentos repetidos serviam, na verdade, para mandar dinheiro ilegalmente para fora do país.
Com o objetivo de investigar a ocultação e lavagem dos valores obtidos com as atividades ilegais dos investigados, a Operação Masqué possibilitou a identificação de 76 imóveis e duas embarcações registradas em nomes de “laranjas” – um patrimônio oculto que supera os R$ 40 milhões. Todos esses bens foram sequestrados por determinação judicial.
Segundo dados da Receita Federal do Brasil, as pessoas físicas e jurídicas investigadas possuem um débito já inscrito em dívida ativa no valor de R$ 894 milhões.
Além do casal de empresários, também é investigado um advogado que atua em São Paulo (SP), contratado para oferecer uma espécie de “proteção” contra a atuação de órgãos como a Receita Federal e a Polícia Federal. Ele, inclusive, já foi preso em 2017 em ação do Gaeco do estado de São Paulo, por fatos análogos aos investigados na Operação Masqué.
Número de referência: 5018403-05.2019.4.02.5001.
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