Em 2019, iniciativa abriu pela primeira vez as portas da universidade para curso com pessoas que lidam com jovens no dia a dia
Há dois anos, um grupo de pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara promove atividades lúdicas em escolas do ensino básico para levar a adolescentes informações sobre dependência química.
No início de 2019, o projeto deu um novo passo. Pela primeira vez, a iniciativa abriu as portas da universidade para um curso com profissionais que lidam com os jovens no cotidiano. A atividade reuniu docentes da rede básica de ensino e profissionais que trabalham com dependência de drogas na região de Araraquara.
Durante cinco dias, os participantes acompanharam palestras e discussões sobre dependência de drogas e os efeitos causados no organismo, além de fatores que podem influenciar para o uso abusivo. O encontro foi organizado pelo Grupo de Pesquisa e Ensino sobre Álcool e Outras Drogas (Pensad), ligado à Faculdade de Ciências Farmacêuticas, da Unesp.
Público
A ideia do grupo é oferecer informações científicas confiáveis sobre entorpecentes a toda a comunidade, com foco principalmente no público jovem. “Mesmo falando com o adolescente, nós não queríamos falar simplesmente para ele fugir das drogas. Chegamos de forma bem aberta e abordamos o porquê de a pessoa usar droga e qual mal isso pode causar”, explica o coordenador do Pensad, Marcelo Marin, à TV Unesp.
O grupo pensou em ideias para tornar o assunto atrativo e garantir o engajamento dos jovens nas atividades. Nesse caso, a música é uma aliada. Divididos em grupos, os participantes trabalharam a canção “Cachimbo da Paz”, do artista Gabriel o Pensador.
“Sempre entregamos um papel com a letra. Isso já traz um interesse maior para eles. É bem amis útil do que uma palestra cansativa de duas horas. A própria letra já traz muitos aspectos relacionados ao tema”, afirma à TV Unesp Lorena de Souza, aluna do curso de Farmácia da Unesp.
Cartilha
Além da parte musical, os participantes receberam uma cartilha criada pelo Pensad, a mesma usada durante as visitas escolares. Nela, há sugestão de outras atividades interativas e lúdicas, como vídeos, jogos de mímicas e perguntas e respostas.
O objetivo do material é servir como um ponto de apoio para quem lida com a questão no dia a dia. É o caso do inspetor de alunos Pedro Trench, no cargo em uma escola estadual de Matão há seis anos. “Quando você consegue trabalhar com diversas ferramentas, isso despertará interesse e pode mudar o interesse dos jovens sobre o tema”, enfatiza à TV Unesp.
Conselheiro tutelar há três anos e criador de uma ONG de prevenção ao uso de drogas em atividade em Araraquara, Marcio Severino avalia que a abordagem mais leve e chamativa ensinada no curso ajuda a ter um contato mais próximo com usuários de drogas.
“Temos que deixar de lado os métodos repetitivos para implantar formas atrativas como as vivenciadas nesta atividade, em que usamos a música, a ludicidade, o esporte e outras ferramentas técnicas para que possamos atingir aquele adolescente e falar de forma divertida”, salienta o conselheiro tutelar à TV Unesp.