O Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea-AM), com o apoio da Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), promove nesta terça-feira (20/08) o III Encontro dos Povos Tradicionais e Movimento Negro. O evento acontece das 9h às 11h, no Museu Casa Eduardo Ribeiro, rua José Clemente, Centro de Manaus, e vai debater as dificuldades que negros e quilombolas (descendentes de escravos) enfrentam na capital amazonense e no interior.
A proposta do encontro é ouvir minorias étnicas como os quilombolas, descendentes de escravos de origem africana, que habitavam em quilombos (ex-escravos) fugindo das fazendas e engenhos, e hoje vivem no estado. Dados do Movimento Negro no Amazonas apontam a existência de sete comunidades quilombolas na região: Comunidade do Tambor, em Novo Airão; Comunidades Santa Tereza do Matupiri, São Pedro, Trindade, Ituaquara e Boa Fé, em Barreirinha; e a do Barranco, na capital do Amazonas (no bairro Praça 14).
De acordo com a analista-técnica do Consea-AM, Cintia Martins, dentro da legislação não há uma página aberta para essas pessoas – a exemplo do que acontece com os índios, que têm uma legislação que os ampara. “Os quilombolas findam passando dentro dessa invisibilidade, e o encontro visa tratar dessas questões, inclusive no que diz respeito a fome, acesso à educação, condução, entre outras questões, e precisamos ouvi-los para saber suas reais demandas”, explicou.
Eventos – O Consea-AM está realizando várias ações na capital e no interior, neste segundo semestre de 2019, como encontros e conferências; uns feitos in loco, outros por meio de videoconferências, por intermédio do Centro de Mídias da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-AM). Os eventos têm como alvo o levantamento de dados para a realização do Plano de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado do Amazonas, que vai funcionar a partir de 2020.
“O atual, é bienal e acaba neste ano”, disse Cintia Martins ressaltando que após o encontro será eito um relatório sobre minoria étnica, que vai constar no plano.
O Consea-AM é um órgão da sociedade civil, vinculado ao governo, focado na segurança alimentar. “Por meio desses eventos, fazemos um levantamento das reais necessidades da população, da capital e do interior, e no final será encaminhado ao governador do Estado um relatório das demandas dos 62 municípios, assim como aos deputados estaduais, para que sejam trabalhadas políticas públicas, visando a questão da segurança alimentar”, sintetizou a analista-técnica do órgão, informando que o próximo evento será a VI Conferência Municipal, no dia 4 de setembro.