Ao citar as mudanças demográficas e a busca de melhor qualidade de vida da população idosa, debatedores reunidos na Assembleia Legislativa do Tocantins nesta sexta-feira (16) destacaram a importância crescente da educação de idosos como política pública. Os participantes da audiência promovida pela Subcomissão Permanente de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), sublinharam a qualidade do trabalho da Universidade da Maturidade (UMA), considerada um projeto de referência da Universidade Federal do Tocantins (UFT).
O senador Romário (Podemos-RJ), presidente da CAS e autor do requerimento para o debate, elogiou o Estatuto da Pessoa Idosa para dar dignidade para os maiores de 60 anos, e a oferta de mais políticas públicas “a quem tanto trabalhou e produziu pelo Brasil e tanto ainda pode dar ao país”.
— O Estado tem obrigação de oferecer programas de capacitação e valorização educacional desenvolvidos especialmente para o idoso – disse.
Romário acrescentou que as pessoas idosas poderiam ser mais produtivas e aumentar seus rendimentos, mas sofrem com os obstáculos da falta de formação e de oportunidades.
O vice-coordenador da UMA-UFT, Luiz Sinésio da Silva Neto, explicou que Tocantins, apesar de ser um estado novo, tem a maioria de idosos em sua população. Por esse motivo, acredita ser muito importante iniciativas como uma universidade voltada à maturidade. Em nível nacional, salientou, há 30 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, o que requer efetivação das políticas públicas para idosos e prioridade para o envelhecimento na agenda pública.
Silva Neto considera os elevados índices de analfabetismo e de analfabetismo funcional entre os mais velhos como os maiores desafios na educação para o segmento. “Educação não é só escola. Temos que ir além do ensino institucionalizado e pensar na saúde, na cognição, na atualização”, comentou.
Ao cobrar mais recursos para as universidades públicas, a coordenadora nacional da UMA, Neila Barbosa Osório, elogiou a Universidade do Tocantins por destinar instalações exclusivas para o atendimento multidisciplinar aos idosos, mas, segundo ela, as salas já operam acima da capacidade. Ela criticou o conceito social que torna os idosos invisíveis e os estereótipos que reforçam a rejeição à ideia de envelhecer.
— Quando os velhos vão para a universidade, a vida deles melhora – defendeu.
A representante da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Etiene Ribeiro de Almeida, comentou a mudança nos conceitos de velhice ao longo do tempo, e a secretária de Educação, Juventude e Esporte do Tocantins, Adriana Costa Aguiar, declarou que a UMA põe seu estado à frente de seu tempo.
Ao saudar as atividades da Universidade da Maturidade, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), presidente da subcomissão, associou as iniciativas a favor da pessoa idosa à proposta de reforma da Previdência, que está sendo discutida como consequência do envelhecimento da população.
— É um acerto de contas porque a gente vive mais, mas precisamos viver mais com qualidade de vida – avaliou.
A audiência também foi marcada por homenagens de deputados estaduais ao ex-governador tocantinense Siqueira Campos, que discursou em agradecimento.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)