Criminal e Indígenas
16 de Agosto de 2019 às 9h45
Caso TI Wajãpi: acidente passa a ser principal hipótese na investigação da morte de Emyra Wajãpi
Laudo pericial apontou que o cacique morreu afogado
Arte: Secom/PGR
Acidente passa a ser principal hipótese investigativa do Ministério Público Federal (MPF), após exame necroscópico revelar que a causa da morte de Emyra Waijãpi foi afogamento. O laudo pericial foi protocolado nesta quinta-feira (15), na sede da Polícia Federal, em Macapá (AP). Após o protocolo do documento, o médico legista responsável pelo exame reuniu-se com representantes dos órgãos para apresentar as conclusões da perícia. As investigações, incluindo a apuração da entrada de não-índios na Terra Indígena, prosseguem.
Na reunião, o médico legista da Polícia Técnico-Científica explicou detalhadamente o laudo produzido. Segundo relatou a perícia, embora tenham sido verificadas lesões superficiais na região da cabeça, a ausência de hemorragia ou traumatismo craniano apontam que os ferimentos não seriam capazes de provocar a morte. As lesões são compatíveis com impacto provocado por queda.
O documento descarta a hipótese investigativa inicialmente apresentada: corpo não apresentava traumas de qualquer natureza na região dorsal e na genitália. No pescoço, não havia sinais indicativos de asfixia, tampouco de lesões oculares. A perícia afastou a possibilidade de a morte ter sido provocada por faca ou arma de fogo. O laudo integra o procedimento aberto em 27 de julho para apurar a morte do indígena.
A investigação, que apura também a denúncia de invasão e de garimpo ilegal na área, continua em andamento. Diligências terrestres e aéreas realizadas pela PF com apoio da Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública do Amapá não detectaram indícios da ocorrência dos crimes. O MPF aguarda a conclusão do relatório técnico pela autoridade policial. Desde o recebimento das notícias, os órgãos atuam em conjunto para preservar a integridade dos povos indígenas e esclarecer os fatos.
Reunião de caciques – Nesta sexta-feira (16), o procurador da República Alexandre Guimarães, que atua na esfera cível, participa de reunião de caciques, na TI. No evento anual, convocado pelo Conselho das Aldeias Wajãpi – Apina, serão tratados assuntos de interesse do povo indígena. Na ocasião, também estarão presentes membros da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
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