O fluxo migratório dos venezuelanos em Manaus foi tema de reunião na Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), nesta terça-feira (06/08), com representantes do Ministério da Cidadania, Ministério da Defesa, Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Fundo de Promoção Social (FPS), Secretaria da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e Organização Internacional para as Migrações (OIM).
O intenso fluxo de imigrantes venezuelanos em Manaus propiciou a vinda da Operação Acolhida, antes restrita ao estado de Roraima, para o Amazonas em junho, cuja base é a Rodoviária de Manaus, onde os imigrantes passam por uma triagem e passam por alguns serviços, como emissão de documentos, interiorização para outras regiões do país, entre outros.
A assessora para Assuntos de Migração do Ministério da Cidadania, Niusarete Margarida de Lima, está na capital amazonense com o objetivo de alinhar as ações entre o Estado, o município de Manaus e o Governo Federal em relação aos imigrantes, principalmente os venezuelanos. A ideia é prevenir o conflito de papéis nas ações em torno desse fluxo migratório, a exemplo do que ocorre em alguns locais, por conta da Operação Acolhida.
Para a dirigente da Seas, Marcia Sahdo, a visita é importante porque a Operação Acolhida em Manaus está no início do processo. “Hoje, a gente pode perceber que existe uma diferença do que está acontecendo em Pacaraima (Roraima), onde eles assumiram o abrigo, em relação a ação que vai haver aqui, onde eles não irão assumir”, ressaltando que o apoio deles é mais na interiorização.
Marcia Sahdo disse que o Estado do Amazonas está concedendo os espaços estruturados para a equipe da Operação Acolhida, que vai trabalhar mais com os venezuelanos que estão alojados na Rodoviária. “Lá eles identificam quem vai ser encaminhado para a interiorização, quem não vai; procuram criar alternativas para essa população que está fora do seu país em busca de ajuda, por isso creio que essa parceria vai dar certo”, frisou.
Número de venezuelanos – Um levantamento preliminar dos órgãos envolvidos no processo de imigração dos venezuelanos aponta que são mais de mil venezuelanos em Manaus, pois são mais de 400 na Rodoviária, 190 no Abrigo do Coroado; além dos indígenas Warao, em torno de 700, atendidos pela prefeitura de Manaus. “O número é bem maior de venezuelanos vulneráveis que precisam de uma atenção do Estado, da União e do município”, mencionou a dirigente da Seas.
De acordo com a assessora Niusarete Margarida de Lima, a ideia é fazer uma ação conjunta com os órgãos que estão trabalhando no atendimento aos imigrantes venezuelanos, dentro do fluxo migratório que se está vivenciando na fronteira do Brasil com a Venezuela. “A reunião nos permitiu alguns esclarecimentos no sentido de alinhar as ações e competência dos entes federados para esclarecer os objetivos da vinda da Operação Acolhida para o Amazonas, estabelecendo os papéis de cada um – Estado, União, município e das agências internacionais que estão aqui”, disse.
Ação conjunta – Na opinião da representante do Ministério da Cidadania, o plano de ação apresentado pelo Governo do Estado, por meio da Seas, permite verificar que é possível agregar, buscar uma ação conjunta utilizando os recursos existentes, tanto para ajudar os venezuelanos, na questão do acolhimento, mas faz parte de uma expertise para fortalecer e qualificar melhor os serviços públicos em geral. “Inicialmente, esse grande fluxo de venezuelanos nos assustou, mas desafiou a vencer obstáculos, o que nos capacita a traçar diretrizes para atender outras demandas internas, a exemplo dos moradores em situação de rua”, sintetizou.