A Marcha de Resistência do Cavalo Crioulo do Rio Grande do Sul pode se tornar uma manifestação da cultura nacional, caso o Plenário do Senado aprove o Projeto de Lei 408/2019. A matéria já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e ganhou parecer favorável nesta terça-feira (6) pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Conforme o texto, cabe ao poder público garantir a realização das marchas.
As Marchas de Resistência são provas em que os cavalos da raça crioula são testados em rusticidade, resistência e capacidade de recuperação. Para isso, os participantes se concentram por 30 dias, para equiparar as condições físicas e nutricionais de todos os animais. Observada a saúde do animal, são percorridos 750 quilômetros em 15 dias.
Ao apresentar seu voto favorável ao projeto na CE, o senador Lasier Martins (Podemos-RS), explicou o papel do cavalo na tradição gaúcha.
— O cavalo crioulo é extremamente valorizado e respeitado no Rio Grande do Sul. A Expointer, que começa daqui a 15 dias em Esteio, é a maior feira de animais do Brasil e, nesse evento, uma das principais competições é a Freio de Ouro, com cavalos crioulos adestrados para o trabalho de campo.
Essa mesma ideia foi colocada pelo autor do projeto na Câmara, o deputado Afonso Hamm (PP-RS). Ao justificar a proposta, ele afirmou que a raça crioula está bastante estabelecida no país: de acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), o crescimento dessa manada no Brasil em 2015 atingiu 6,4%, totalizando 402.341 animais em todos os estados.
Afonso Hamm também mostrou a tradição da Marcha de Resistência não só no Brasil, mas também na Argentina e no Uruguai. No RS, as cidades de Alegrete (RS), Bagé, Canguçu, Santa Maria, Dom Pedrito, Rosário do Sul, Santo Antônio da Patrulha, Uruguaiana, e Jaguarão realizam a marcha.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)