Criminal
1 de Agosto de 2019 às 10h27
Operação Arcanjo: MPF denuncia 11 por associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro no AM
Grupo criminoso era especializado no transporte de grandes quantidades de cocaína produzida na região da tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia para Manaus (AM)
Foto ilustrativa: iStock (reprodução proibida)
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou três colombianos e oito brasileiros integrantes de organização criminosa relacionada ao tráfico internacional de drogas, desarticulada pela Operação Arcanjo. O grupo era especializado no transporte de grandes quantidades de cocaína produzida na região da tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia para Manaus (AM).
A apuração do caso foi iniciada pela Polícia Federal a partir do recebimento de informações sobre responsáveis por um carregamento de drogas trazido para Manaus e que estavam hospedados em um hotel no centro da capital, de propriedade do colombiano Roberto Marulanda Hernandez, apontado como líder da organização.
Com o avanço das investigações, interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial revelaram as ações criminosas e o modus operandi do grupo, além da identidade e das funções dos integrantes. Levantamento de dados sobre o patrimônio utilizado indicou a lavagem de dinheiro para acobertar os ganhos da organização e uma grande capacidade de interação com outros grupos organizados no Brasil e também em países como Peru e Colômbia.
Pelo menos entre maio de 2017 e o fim de 2018 foram constatadas atividades do grupo criminoso. Os papéis desenvolvidos pelos integrantes da organização eram flexíveis, com mudança das atribuições de alguns membros e manobras rápidas e articuladas para manter a operação criminosa em pleno curso, revelando a maturidade organizacional do grupo.
O uso de tecnologias para blindar ou diminuir a investigação foi constatado ao longo do período de apuração, assim como a adoção de linguagem cifrada e códigos nos diálogos, intensa troca de aparelhos de celular, de IMEIs (código numérico único e global que identifica celulares internacionalmente), de chips e até dos CPF cadastrados como titulares das linhas telefônicas utilizados pela organização criminosa.
Acusados – Roberto Marulanda Hernandez, Ronaldo Chacon Rubiano, José Raimundo de Paula Lima, Lindomar Gonçalves de Souza, Valzilene da Silva Melo, Ariane Lopes de Oliveira, Diego Roberto Marulanda Giraldo, Cleyciane Cordeiro de Oliveira, Orison Paima, Graziela Nascimento Salvino e Leudenir de Figueiredo Gomes foram denunciados por associação criminosa para o tráfico de drogas, crime previsto nos artigos 35 e 40, I, da Lei nº 11.343/06, com pena de três a dez anos de prisão, aumentada de um sexto a dois terços.
Foram denunciados também por lavagem de dinheiro Roberto Marulanda Hernandez, Valzilene da Silva Melo, Diego Roberto Marulanda Giraldo, Cleyciane Cordeiro de Oliveira e Orison Paima. O crime consta na Lei nº 9.613/98 e tem pena prevista de três a dez anos de prisão, com aumento de um a dois terços, para cada situação de lavagem. As investigações apontam que os acusados, individualmente, cometeram o crime de duas a dez vezes.
O líder da organização, Roberto Marulanda Hernandez, e Orison Paima foram ainda denunciados por falsificação de documento público, uso de documento falso e falsa identidade, crimes previstos nos artigos 297, 304 e 307 do Código Penal.
O MPF pediu ainda a condenação de Valzilene da Silva Melo, Ariane Lopes de Oliveira e Diego Roberto Marulanda Giraldo pelo crime de tráfico internacional de drogas, pelo qual o líder do grupo e outros integrantes já foram denunciados em outra ação penal.
A ação tramita na 2ª Vara Federal no Amazonas, sob o número 14658-71.2017.4.01.3200.
Operação Arcanjo – Em maio deste ano, a Polícia Federal deflagrou a Operação Arcanjo para desarticular a organização criminosa, com o cumprimento de mandados de prisão preventiva, prisão temporária, busca e apreensão e bloqueio de diversos bens adquiridos com recursos obtidos a partir do tráfico internacional de drogas.
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