Com a exibição do documentário longa-metragem Fakir, da brasileira Helena Ignez, que retrata o sucesso do faquirismo no Brasil, América Latina e França, começa hoje (24), às 20h30, na capital paulista, a 14ª edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. A sessão de abertura acontece no Auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina. O festival, que vai até o dia 31 de julho, exibe 148 títulos de 16 países, reunindo os destaques da produção mais recente feita na América Latina e no Caribe, incluindo vários títulos inéditos no Brasil.
Pela primeira vez, o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo oferece ao público de todo o Brasil a oportunidade de assistir, gratuitamente, a filmes do evento à distância, por meio do serviço de streaming Spcine Play.
“O festival tem um papel muito importante porque nesses 14 anos de existência tem trazido para o público paulistano e brasileiro muito da produção feita na América Latina e Caribe. Essa produção tão rica, premiada e elogiada praticamente não chega nas salas comerciais. Temos uma produção tão grande no México, na Argentina, com 40 filmes por ano, e nas salas comerciais se somarmos o que é lançado no Brasil não chega a 20 filmes. O Festival Latino é aquela ocasião de conhecer o que o se produz de filmes recentes e tradicionais dos países da América Latina”, disse o curador e diretor do Festival, Francisco Cesar Filho.
A sessão Contemporâneos apresentará produções recentes e inéditas no país, longas brasileiros em première mundial e a terceira edição do Foco Chile. Serão exibidos filmes da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Uruguai e Venezuela. Entre os destaques estão A música das esferas, de Marcel Beltrán; Eu impossível, de Patricia Ortega; Pornô para iniciantes, de Carlos Ameglio; Menina Errante, de Rubén Mendoza; Os aventureiros, de Tana Schembori e Juan Carlos M; Eu menina, de Natural Arpajou; 3-1= 2 Rodando, de José Alcazar; Asfixia, de Kenya Márquez; O Guru, de Rory Barrientos Lamas, e Cuecas Rasgadas, de Arnaldo Valsecchi.
Já entre os brasileiros, o festival promove a première Mundial dos longas Eldorado, Mengele vivo ou morto?, de Marcelo Felipe Sampaio; Fakir, de Helena Ignez, e Ensaio sobre o fracasso, de Cristiano Burlan; e a première nacional do No coração do mundo, de Maurilio Martins e Gabriel Martins.
Homenagens
Há ainda as sessões de homenagens com as cineastas Tata Amaral, Cláudia Priscilla, a atriz Léa Garcia e o ator chileno Patrício Contreras sendo os grandes homenageados desta edição. O festival vai exibir os mais marcantes trabalhos de suas carreiras, incluindo o clássico “Compasso de Espera”, estrelado por Léa Garcia, no encerramento do festival, no dia 31, às 20h30, no Cinesesc. A obra, de 1973, traz no enredo as várias lutas contra o preconceito racial enfrentadas por um típico herói brasileiro que combate no dia a dia os resquícios deixados por uma sociedade escravocrata. No elenco, se destacam ainda Antônio Pitanga, Stênio Garcia, Renée de Vielmond e Zózimo Bulbul.
“Essas homenagens são muito especiais. O Patrício Contreras, que é um dos cineastas chilenos mais importantes, é pouco conhecido no Brasil. Temos a cineasta Tata Amaral, muito elogiada no Brasil e no exterior, a cineasta Claudia Priscilla, com uma produção muito forte, e a atriz Léa Garcia, que é uma veterana. Essas mulheres são pessoas que admiramos muito e elas mais do que merecem ser homenageadas. O que o festival fez foi tentar trazer um panorama amplo de cada um desses atores e cineastas”, afirmou Francisco Cesar Filho.
Atividades
O festival terá ainda debates, encontros, oficinas e sessões especiais, abertas ao público. Para participar é preciso se inscrever pelo site do festival – http://www.festlatinosp.com.br/.
Amanhã (25), no Centro Cultural São Paulo, acontece o encontro “Jean-Claude Bernardet por Kiko Goifman e Cristiano Burlan”. A montadora Vânia Debs e os diretores Goifman e Burlan conversam sobre a obra do pensador Bernardet às 19h.
A diretora, produtora e roteirista argentina, Natural Arpajou, ministra a oficina “Realização Audiovisual”, no sábado (27), a partir das 10h30, na Biblioteca Latino-Americana do Memorial da América Latina. A oficina busca partilhar ferramentas, recursos e experiência para escrever um roteiro profissional, sempre sob a perspectiva do autor.
A produtora, gestora cultural, programadora e diretora fundadora da Storyboard Media, Gabriela Sandoval, conversa com o público sobre “Os Caminhos Atuais do Pensar Festivais AudioVisuais”, no sábadon (27), às 15h, na Spcine Paulo Emílio no CCSP.
Patrício Contreras, ator chileno e um dos homenageados do festival deste ano, ministra a oficina “Atuação para Audiovisual” na terça-feira (30), a partir das 10h30, na Biblioteca Latino-Americana do Memorial da América Latina.
Ainda na terça-feira, às 16h, na Biblioteca Mário de Andrade, acontece a mesa de debate “Circuitos Tradicionais e Alternativos de Difusão | Distribuidores, Players e Salas de Cinema”, com Jimmy Leroy, diretor criativo da Viacom Networks; Henry Galsky, Canal Brasil; Agustina Lumi, diretora de Cine.ar – Incaa, Argentina; Laís Bodanzky, presidente da Spcine, e Igor Kupstas, O2 Play, com a mediação de Francisco César Filho.
Também na terça-feira, na Biblioteca Mário de Andrade, às 18h, ocorre o “Encontro com Cineastas e Produtores”, com a presença de Luciana Calcagno, curadora, produtora e distribuidora da empresa CineTren (Argentina) e Gabriela Sandoval, criadora dos festivais de cinema SANFIC e AMOR Festival LGBT+ e diretora da Storyboard Media.
O Festival de Cinema Latino-Americano ainda traz na programação a competição Mostra Escolas de Cinema Ciba-Cilect e filmes do DocTV Latinoamérica, primeiro programa de fomento à produção e teledifusão do documentário latino-americano, realizados em parceria entre produtores independentes e emissoras públicas de televisão.
As atividades acontecem no Cinesesc, Memorial da América Latina (Auditório Simón Bolívar e Auditório da Biblioteca Latino-Americana), nas salas do Circuito Spcine (Spcine Olido e Spcine Paulo Emílio, no Centro Cultural São Paulo), Auditório Rubens Borba de Moraes da Biblioteca Mário de Andrade e Sala Umuarama do Instituto CPFL (Campinas, SP). A programação tem entrada gratuita ou preços acessíveis de R$ 5 a R$ 12.
Edição: Fernando Fraga