A Pinacoteca de São Paulo vai receber a partir de sábado (27) até 28 de outubro a exposição “Marepe: estranhamente comum” do artista baiano Marepe, como é conhecido Marcos Reis Peixoto.
Para organizar sua retrospectiva na Pinacoteca, a exposição foi dividida em três fases: mover, transformar e condensar. “Os verbos não são pensados como algo fechado, mas sim como elemento guia, permitindo aprofundar o olhar simbólico que as próprias obras sugerem”, explica o curador do museu, Pedro Nery.
Em “mover” estão reunidos trabalhos que demonstram, por exemplo, a ação fundamental da prática de Marepe, que é a retirada do objeto de seu circuito usual – comercial, urbano ou produtivo – para inseri-lo no campo artístico. O que o artista move não são simples objetos, mas coisas que se relacionam com seu passado e a vida ao seu redor.
Em “transformar” são expostos trabalhos cujos objetos de composição sugerem um novo arranjo narrativo. Nesse sentido, O retrato de Bubu (2005), pertencente ao acervo da Pinacoteca, traz a imagem do avô do artista que, em sua primeira apresentação para a mesma individual no Pompidou, foi pendurado ao lado do retrato de Georges Pompidou, na entrada daquele museu, em Paris. Ao sustentá-los sob a mesma linguagem, o artista coloca o ex-presidente e seu avô Bubu em pé de igualdade. Aqui, o ato de transformar se dá na medida em que o artista relativiza a ordem social, pessoal e geográfica.
E, por fim, em “condensar” estão reunidos trabalhos que beiram a livre associação, revelando o desejo do artista de compor ideias díspares com recursos simples, oferecendo uma materialidade a serviço da imaginação. Exemplo disso são as imagens Doce céu de Santo Antônio (2001), em que o artista é visto de baixo para cima, retirando um pedaço de algodão-doce contra o azul do céu e trazendo para sua boca, comendo um pedaço de nuvem desse céu doce imaginado, trazendo, literalmente, o sonho para a realidade.
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