patrimônio histórico é um tema de grande relevância, especialmente em agosto, quando dedicamos um mês para celebrar e reforçar a importância da preservação da memória coletiva e da identidade cultural de nossas cidades. No coração da Amazônia, Manaus é um exemplo vibrante disso, onde o centro histórico, tombado pelo Instituto do patrimônio histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2012, guarda exemplares excepcionais da arquitetura da Belle Époque.
Neste mês de agosto, a Prefeitura de Manaus realiza uma ação emblemática com o seu “Mutirão no Bairro” no centro histórico. Essa ação coleta esforços de 16 secretarias e mais de mil servidores, que participan ativamente por 90 dias dedicados ao resgate da beleza do território. Essa iniciativa é fundamental para destacar a importância do patrimônio histórico na construção da identidade urbana.
Mais do que apenas edifícios, o patrimônio histórico representa a soma das vivências e experiências dos cidadãos ao longo do tempo. A gerente de patrimônio histórico (GPH) do Instituto Municipal de planejamento urbano (Implurb), Landa Bernardo, enfatiza que a preservação não se limita às estruturas. Ela está intrinsecamente vinculada ao desenvolvimento cultural de Manaus. Segundo Bernardo, “o patrimônio é um elo com nosso passado, presente e futuro, refletindo a diversidade da nossa cidade”.
A reflexão sobre a importância do patrimônio histórico para a vivência urbana é refletida nas palavras do diretor de Planejamento (DPLA), Pedro Paulo Cordeiro. Ele destaca a necessidade de uma celebração do patrimônio para relembrar o seu papel crucial na vida urbana. Cordeiro afirma que “preservar e dar novos usos a esses bens culturais aumenta sua relevância e valor dentro da cidade”.
Com exemplos icônicos como o Teatro Amazonas e a igreja de São Sebastião, o patrimônio histórico em Manaus não é apenas um conjunto de edificações; ele é uma parte essencial da memória afetiva dos seus habitantes. Ao preservar esses bens, estamos garantindo que as futuras gerações compreendam a importância desse legado.
O mês de agosto, portanto, não é apenas uma oportunidade de lembrar o passado, mas de projetar o futuro da cidade por meio da preservação dos seus símbolos. Essa é uma etapa crucial para que as histórias e memórias se mantenham vivas, sempre respeitando as tradições e características que tornam Manaus única.
Um dos exemplos mais notáveis de patrimônio na cidade é o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, que exemplifica a arquitetura brasileira do período áureo da borracha. Tombado pelo Iphan em 1º de julho de 1987, o mercado é uma obra-prima da arquitetura de ferro, reconhecida mundialmente. Isto é apenas uma parte do vocabulário arquitetônico diversificado que Manaus possui, refletindo as várias correntes ecléticas. Mesmo com a verticalização, a cidade ainda preserva a essência do espaço urbano criado na Belle Époque.
O centro histórico de Manaus, além de estar em uma localização privilegiada, na orla do rio Negro e nas proximidades do Teatro Amazonas, se destaca pela sua arquitetura e significado cultural. Com uma inscrição no Livro de Tombo Histórico e no Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, Manaus se posiciona como uma das cidades históricas do Brasil.
Em resumo, o patrimônio histórico de Manaus é um ativo cultural inestimável, que não deve apenas ser lembrado, mas ativamente preservado e celebrado. Ao fazer isso, garantimos que essas histórias, afetos e saberes permaneçam vivos e acessíveis às gerações vindouras.