A Rota do Guaraná é uma exposição marcante que destaca a cultura amazônica de forma acessível. Essa mostra fotográfica inclusiva, inaugurada pela Biblioteca Braille do Estado do Amazonas, encantou o público ao apresentar oito obras táteis que celebram o guaraná, a essência cultural de Maués, município famoso por este fruto, situado a 276 quilômetros de Manaus.
Idealizada pela fotógrafa Aline Fidelix, A Rota do Guaraná busca proporcionar uma experiência sensorial única ao público, especialmente para aqueles com deficiência visual. A Rota do Guaraná não só homenageia os 356 anos de Manaus, comemorados em 24 de outubro, mas também simboliza um compromisso contínuo da Secretaria de Cultura do Amazonas com a acessibilidade.
A mostra ficará em exibição até o dia 2 de novembro, com apresentações programadas no Bloco C do Sambódromo de Manaus e no Centro de Convenções Vasco Vasques, durante a Feira de Livros do Sesc. Esse empenho em democratizar a arte reafirma o papel da cultura como ferramenta de inclusão, permitindo que todos tenham a oportunidade de vivenciar a identidade amazônica.
Cada uma das obras de A Rota do Guaraná foi meticulosamente adaptada pela equipe da Biblioteca Braille. As fotografias foram transformadas em versões táteis, acompanhadas por legendas em braille e QR Codes que proporcionam audiodescrição. A abordagem inovadora da Rota do Guaraná oferece aos visitantes uma experiência completa, permitindo que toquem, ouçam e sintam as imagens representativas da cultura guaraná.
Gilson Mauro, gerente da Biblioteca Braille, destacou a importância da adaptação e acessibilidade em exposições culturais. Com 26 anos de experiência, a instituição demonstra que a acessibilidade não é um adicional, mas uma parte essencial da cultura. Segundo ele, “A ideia era tornar as fotografias acessíveis, e conseguimos isso com a colaboração de todos os envolvidos na produção.”
As fotografias expostas na Rota do Guaraná retratam a versatilidade e a beleza do guaraná. Títulos como “Olhos de Guaraná” e “Guaraná torrado nas mãos do agricultor” capturam a essência da vida em Maués, desde a colheita até o cotidiano dos agricultores. Essa narrativa visual é crucial para a valorização dos povos e suas tradições.
A interação dos visitantes com A Rota do Guaraná tem sido impactante. Marselha Cauper, uma visitante com deficiência visual, expressou que a exposição ofereceu uma oportunidade singular de compreender a arte através do toque: “Foi como se eu pudesse enxergar com as minhas mãos. A audiodescrição, junto com o braille, transformou a experiência”, comentou emocionada.
Aline Fidelix, a idealizadora da Rota do Guaraná, compartilhou sua visão sobre como a acessibilidade ampliou o impacto do projeto: “Queria mostrar a essência da cultura de Maués. Agora, com a acessibilidade, todos podem sentir a arte e vivenciar a história do guaraná”, descreveu a fotógrafa.
A Rota do Guaraná não é apenas uma exposição de arte; é uma celebração da inclusão e da cultura. Ao tornar a arte acessível, iniciativas como esta incentivam um NOVO padrão para futuras exposições, demonstrando que todos merecem a oportunidade de experimentar a beleza da cultura amazônica. O compromisso com a acessibilidade não é apenas um passo à frente, mas uma revolução necessária que transforma a relação entre arte e público.
Em conclusão, A Rota do Guaraná destaca a importância de histórias e tradições que merecem ser contadas e sentidas por todos. Não é apenas sobre admirar a arte; é sobre realmente vivê-la em todos os seus aspectos. Essa exposição representa um marco na forma como a arte PODE unir, inspirar e, acima de tudo, incluir.