A pesquisa de mestrado intitulada “Abc Letrar: conceito de design de aplicativo gamificado para alfabetização e letramento”, ligada ao mestrado profissional do Programa de Pós-Graduação em Design da Universidade Federal do Amazonas (PPGD/Ufam), foi selecionada para a 14ª Bienal Brasileira de Design na categoria projetos acadêmicos. Único trabalho do Amazonas selecionado nessa categoria, o estudo foi realizado pela egressa Bruna Raphaela Ferreira de Andrade, sob orientação da professora Claudete Barbosa Ruschival.
Ao todo, foram 15 categorias distintas e a seleção contou com um júri composto por mais de 200 profissionais de renome nacional, experientes tanto na academia quanto no mercado. A décima quarta edição da Bienal ocorre no mês de dezembro, no Centro de Convenções AM Malls Sergipe, em Aracaju.
Sobre a pesquisa
O trabalho aborda o uso da gamificação no meio educacional, sobretudo, com a prática do ensino remoto, intensificada com o contexto pandêmico da Covid-19. O aplicativo desenvolvido dialoga com temas das áreas do Ensino Básico, das Metodologias Ativas, da Tecnologia da Gamificação e do Design de Interação para auxiliar o ensino de crianças nas fases de alfabetização e letramento, utilizando os aspectos regionais amazônicos. Como resultado, nota-se a ferramenta como uma forte aliada ao ensino de crianças nas fases de alfabetização e letramento, principalmente, no ensino e aprendizagem do desenho das letras e das famílias silábicas.
De acordo com a pesquisadora, egressa Bruna Raphaela Ferreira de Andrade, a relevância da dissertação “ABC Letrar: concept design de aplicativo para educação de crianças nas fases de alfabetização e letramento” para o campo do Design e da Educação Infantil se justifica pelo caráter inovador da ferramenta que propõe o uso de tecnologia digital para a contação e leitura de histórias com atividades relacionadas ao desenho das letras e às famílias silábicas, em um ambiente virtual gamificado.
“Um diferencial, não detectado em similares no mercado, está na temática cultural que pode ser adaptada a cada estado do Brasil, trazendo o sentimento de pertencimento ao contextualizar com a realidade e vivência das crianças, com ambientes e personagens diferentes conforme as culturas locais. Para tal, no cadastro realizado no aplicativo, indica- se o local onde o usuário reside. Além disso, a leitura ou contação das histórias acontece como um karaokê para as crianças acompanharem da melhor forma, tendo a possibilidade de leitura – para os usuários mais avançados – ou de ouvir a história sendo contada”, explicou a pesquisadora.
Após as pesquisas e testes de usabilidade, a ferramenta proposta se mostrou uma forte aliada ao ensino e aprendizagem nas fases de alfabetização e letramento, sobretudo como reforço escolar diante das perdas causadas pela pandemia da Covid-19 no âmbito educacional. Bruna Andrade fala, também, que o atual projeto pode colaborar para a diminuição do analfabetismo no Brasil, assim como aumentar os índices de letramento; pontos que necessitam de atenção na realidade nacional.
“Houve uma grande aceitação e aprovação do aplicativo por parte dos participantes – professores, pais e estudantes – a partir das pesquisas mediadas de interação com os protótipos. Os participantes apontaram que o aplicativo apresentava alternativas lúdicas, interativas e dinâmicas; que incentivava a leitura; que propunha atividades de fácil compreensão; que era prático e útil; além da reação de ânimo diante do reconhecimento e pertencimento a partir da temática cultural”, destacou.
A egressa finaliza falando do desafio de realizar uma pesquisa que exigiu expertise na área da Educação Básica e da Tecnologia da Gamificação. “Minha orientadora, a professora Claudete Ruschival, foi essencial em todo processo; além do apoio do Programa de Pós-Graduação em Design da Ufam e do Projeto Super do qual participei como monitora e tive acesso a alguns cursos que me auxiliaram no desenvolvimento da dissertação.”, finalizou.
Bienal
O tema da 14ª Bienal Brasileira de Design tem suas raízes na herança sergipana, inspirado pela vibrante tradição conhecida como Parafuso, uma dança que celebra a cultura e a história ancestral de seu povo. A curadoria conta com uma sergipana de raiz, enquanto a equipe de identidade visual inclui mais um conterrâneo que traz sua perspectiva única, respirando a cultura local.