O homem já responde a outros processos pelo mesmo crime, praticado também contra outras adolescentes (Foto: Erlon Rodrigues PC-AM)
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da 36ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Rio Preto da Eva (a 57 quilômetros de Manaus), deflagrou a Operação Guardiões da Inocência, nesta quinta-feira (18/04), e prendeu Francisco Hedilberto Santos de Oliveira, 54, por estupro de vulnerável contra uma adolescente de 12 anos. Ele foi preso no beco Esperança, conjunto Riacho Doce 3, bairro Cidade Nova, zona norte.
Durante coletiva de imprensa, na sede da Delegacia Geral, o delegado Paulo Mavignier, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), parabenizou o trabalho da equipe de investigação da 36ª DIP, que resultou na prisão de um criminoso que atentou contra a vida desta adolescente.
“Ele usou de meio ardilosos para atrair essa vítima e praticar o crime contra ela. Essa prisão é importante para que outras possíveis vítimas sejam encorajadas a procurarem a delegacia a fim de que este homem seja responsabilizado criminoso por tudo o que fez, pois ele não merece viver em sociedade”, enfatizou.
O diretor do DPI também comentou sobre a prisão de um indígena de 24 anos, também por estupro de vulnerável contra o próprio primo, de 8 anos. O crime ocorreu na comunidade São Conrado 2, zona rural de Tefé (a 523 quilômetros de Manaus).
“A Polícia Civil está empenhada em combater a violência sexual contra as crianças e adolescentes no Amazonas. Trabalhamos com muita responsabilidade para protege-los e afasta-los desses criminosos. Para isso também contamos com apoio da deputada estadual Débora Menezes, a qual agradeço por estar conosco neste combate”, disse.
A deputada Débora Menezes disse que a prisão é mais uma resposta da Polícia Civil aos crimes de violência sexual contra crianças e adolescentes no interior do Estado.
“Gostaria de parabenizar, não só esse, mas todos os trabalhos que são feitos pela instituição em combate à criminalidade no interior. Me coloquei à disposição para prestar todo o apoio necessário às vítimas e às suas famílias, tanto de Rio Preto da Eva quanto de Tefé, para minimizar qualquer tipo de prejuízo que elas possam ter de agora em diante”, falou.
Conforme o delegado Antônio Rondon, titular da 36ª DIP, a denúncia do crime chegou à delegacia por meio da escola em que a vítima estuda. Em depoimento, ela contou que iniciou um contato com o infrator, que criou um perfil falso para se aproximar dela, e para conseguir isso com mais facilidade, ele fingiu ser um adolescente de 14 anos.
“O crime teria ocorrido em meados de setembro de 2023, entretanto o contato iniciou antes desse mês. No decorrer da conversa, ele conseguiu a confiança e informações pessoais sobre a adolescente, bem como sobre o seu endereço”, contou.
Segundo o delegado, o indivíduo mora em Manaus, e na época em que o crime ocorreu, ele se deslocou da capital para o município para encontrar com a vítima, que mora na zona rural de Rio Preto da Eva.
“Ele saiu de Manaus com o intuito de fazer o que fez, e isso demonstra o quanto ele tem uma compulsão sexual. Ele já havia sido flagranteado por estupro de vulnerável em 2019 e tem outros dois Inquéritos Policiais (IP) que o investigam pelo mesmo crime, praticado em Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros de Manaus), e ainda assim ele não consegue parar com essa gana criminosa”, falou.
Sobre o crime praticado em Rio Preto da Eva, Rondon explicou que o homem foi até a casa da vítima, onde também funciona uma taberna, e passou o dia a monitorando e a instigando para que eles se encontrassem.
“Ele pediu para a adolescente sair da residência e, como a vítima o reconheceu, pois acreditava que ele era um adolescente, ele continuou dando coordenadas a ela. Ele a atraiu para o banheiro do estabelecimento, e quando ela passou em frente, ele a puxou para dentro e consumou o abuso sexual”, explicou.
De acordo com o delegado, assim que ele concluiu o ato, ela saiu desesperada e não falou a ninguém sobre o que teria acontecido. No dia seguinte, ele mandou mensagem para a criança, por meio do perfil falso, mencionando sobre o que teria ocorrido.
“A vítima se deu conta de quem seria o contato e bloqueou o número. Ele criou outros perfis falsos e os utilizou para ameaça-la de morte, bem como a família dela, e também para pedir fotos íntimas. Ela ficou alguns meses fazendo o que o criminoso queria, até que não aguentou mais e confessou à pedagoga da escola em que estuda o que teria acontecido”, disse.
Rondon disse que, a partir dos perfis falsos, foi possível identificar quem seria o usuário e perceber, em análise a ficha criminal dele, que se trata de um estuprador compulsivo.
“O homem foi preso em sua residência. Ele não esboçou nenhuma reação, mas tentou esconder dois aparelhos celulares que conseguimos apreender. Ele, inclusive, perguntou sobre o que se tratava, quem seria a vítima, de que município, demonstrando que deve ter uma quantidade significativa de vítimas”, falou.
O delegado falou, ainda, que o infrator demanda uma certa logística para chegar até as suas vítimas, ficando claro que há uma obsessão doentia por parte do autor.
“Durante o seu interrogatório, ele disse que não se considera doente, mas se considera “um sem vergonha que não consegue dizer não aos seus desejos””, contou.
Rondon enfatizou que é necessário que os pais e responsáveis se atentem ao que seus filhos estão fazendo na internet e com quem estão conversando.
“É primordial que os responsáveis verifiquem quem é a pessoa do outro lado da tela e se certifiquem que é uma pessoa real e sem malícia. Os pedófilos costumam criar perfis falsos, se passando por adolescentes, para conseguir a confiança das vítimas e fazer mal a elas”, ressaltou.
Procedimentos
Francisco Hedilberto Santos de Oliveira responderá por estupro de vulnerável e ficará à disposição da Justiça.