O evento Next Frontiers to Cure Cancer é considerado o maior congresso sobre oncologia da América Latina
Estado nutricional de pacientes com câncer, estudos sobre mutações genéticas do câncer colorretal, rastreio e as tecnologias para prevenção do câncer de colo de útero. Esses são alguns dos assuntos tratados por pesquisadores da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), no Next Frontiers to Cure Cancer, em São Paulo, nesta sexta-feira (15/09) e sábado (16/09).
O congresso internacional é organizado pelo hospital A.C Camargo Cancer Center, e tem como objetivo discutir os principais avanços em pesquisa e inovação em diagnóstico e tratamento de câncer. A FCecon está representada por seis pesquisadores, os quais tiveram trabalhos científicos aprovados.
O grupo é formado pela diretora de Ensino e Pesquisa/FCecon, Kátia Torres; pela coordenadora do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic), Valquíria Martins; pelo nutricionista oncológico Ábner Paz; e pelos pesquisadores Heidy Halanna Rondon, Jhonnatan de Souza e Nayara Castro.
Conforme Torres, o Next Frontiers to Cure Cancer é o maior congresso sobre oncologia da América Latina, sendo um momento oportuno para apresentar os resultados das pesquisas feitas no hospital. Ela disse que os estudos têm contribuído para o entendimento da dinâmica de prevenção, diagnóstico e tratamento, por exemplo, de cânceres de colo do útero e colorretal no Amazonas.
Pesquisas
Entre as pesquisas que serão apresentadas está o trabalho de doutorado que avaliou o uso da autocoleta feita pela própria mulher, que permite a pesquisa de Papilomavírus humano (HPV) na região cérvico-vaginal. A pesquisa abrangeu 304 mulheres da Comunidade do Pau Rosa, área rural de Manaus. O estudo intitulado “Inovação em tecnologias para prevenção do câncer de colo de útero” foi feito pela professora Suzana Nunes, ligada à Universidade Federal do Amazonas (Ufam) de Coari.
“As evidências deste estudo fortalecem a tendência de incorporação de tecnologias como estas para a possível mudança de estratégias para maior eficiência do rastreio de lesões precursoras do câncer de colo de útero”, disse Torres.
Outro estudo apresentado no congresso acompanhou mulheres com câncer de colo de útero por um período de 18 meses, antes, durante e ao final do tratamento. Segundo Torres, a pesquisa está tentando identificar um marcador de editor de recorrência do tratamento de câncer de colo de útero, baseada em biópsia líquida com detecção do DNA do HPV no sangue periférico. Ela explica que são utilizadas técnicas de biologia molecular, com alta sensibilidade, que permitiram resultados promissores no atendimento ao paciente.
Câncer colorretal
Doutora em Imunologia Básica e Aplicada, Valquíria Martins disse que outra pesquisa que será apresentada é o estudo para identificar mutações genéticas – gene TP53 – em pacientes em tratamento de câncer colorretal na FCecon.
O projeto coletará informações através de entrevistas e de material biológico de pacientes e de familiares, para montar um banco de dados, com informações genéticas, clínicas e epidemiológicas.
“Pretende-se identificar mutações genéticas que contribuam com a hereditariedade e ao agravamento da doença. Assim, conheceremos o perfil populacional, permitindo personalizar o fluxo de atendimento de pacientes para alto risco de câncer”, explicou.