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Por Agência Amazonas
A festa fortalece o carnaval de Manaus e fomenta a economia criativa com a geração de emprego e renda na comunidade
FOTOS: Márcio James/Secretaria de Cultura e Economia CriativaCriatividade, cultura popular e o resgate do carnaval de rua foram a tônica da segunda e última noite do Carnaval do Povão, que aconteceu na sexta-feira (10/02). A festa inédita apresentou ao público as cinco novas escolas que passaram a compor o Grupo Experimental do Carnaval de Manaus. A alameda Alphaville, no Novo Aleixo, se transformou na passarela do samba para receber as agremiações Amor, União Leste, Mocidade da União, Império do Cajual e Acadêmicos do Rio Negro.
O Carnaval do Povão integra a programação do Carnaval na Floresta, promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, mais órgãos municipais. A iniciativa é do Instituto de Inovação Desportivo e Cultural do Amazonas (Idama) e da União das Escolas de Samba do Amazonas (Uesam).
O evento contou com a presença de um público rotativo superior a 12 mil pessoas, entre integrantes das escolas de samba e foliões, que ocupavam as arquibancadas e laterais da alameda. A iniciativa, além de resgatar a informalidade de uma época em que os desfiles aconteciam na avenida Eduardo Ribeiro, no Centro de Manaus, e, posteriormente, na avenida Djalma Batista, incentiva a formação de novas agremiações. Para o presidente da Uesam, Aluízio Nascimento Júnior, o Grupo Experimental fortalece a festa popular.
“Como existiam estas cinco escolas, que nunca desfilaram no Sambódromo, a gente criou este projeto para dar oportunidade para outras (escolas) e aproveitar para trazer para próximo da comunidade das zonas leste e norte, as mais populosas, o Carnaval. A nossa expectativa é cada vez crescer mais”, disse Aluízio.
As apresentações obedeceram ao tempo de 40 minutos de desfile, e concentraram, em média, 600 integrantes por agremiação. Critérios como quantidade de alegorias e fantasias foram avaliados pela comissão de jurados, formada por profissionais da classe artística e cultural.
No domingo (12/02), a partir das 16h, o público irá conhecer a escola de samba campeã do Grupo Experimental. Após a apuração, a festa continua e, às 19h, será realizada a abertura oficial do Esquenta do Carnaboi, com mais de 30 atrações musicais se revezando no palco.
FOTOS: Márcio James/Secretaria de Cultura e Economia CriativaEconomia Criativa
O projeto de fomento ao carnaval de rua foi aprovado pela comunidade, que encontrou no entretenimento, um reforço no orçamento familiar incentivado pelo comércio local.
A família de Elizabeth Taveira se dedicou à venda de comidas típicas, ofício que pratica há mais de 10 anos. “A gente fica muito grato por esse incentivo do Governo do Estado e Prefeitura, em trazer um benefício para a comunidade, um ganho a mais para gente que não tem nada no Novo Aleixo”, declara a empreendedora.
Empreendedora, Elizabeth Taveira – FOTO: Márcio James/Secretaria de Cultura e Economia CriativaReforço na renda também para Gerson da Silva, que chega a faturar R$ 1 mil, por evento, com a venda de pipoca e outros alimentos. Pai de três filhos, o morador do Novo Aleixo soma mais de 25 anos como autônomo, participando de festas nos bairros e grandes eventos, incluindo o Festival Folclórico de Parintins.
Vendedor, Gerson da Silva – FOTOS: Márcio James/Secretaria de Cultura e Economia Criativa“Na comunidade quase não tem esses eventos e quando trazem, gera uma renda para nós. As pessoas que não têm condições de ir para o Sambódromo, não têm dinheiro para passagem de ônibus, vêm para cá (Novo Aleixo), prestigiar. Foi muito bom, ótimo ter um evento desses na nossa comunidade”, afirma o vendedor.
Não é apenas o comércio que se fortalece. A festa da cultura popular gera visibilidade à classe artística local. Pedro Gomes é produtor cultural e responsável pela montagem da coreografia da comissão de frente da Agremiação Amor.
“Na verdade, a gente vê como oportunidade. A gente pega uma escola do início, da comunidade (Mutirão), desenvolvemos trabalhos culturais e isso, para as pessoas que compõem o nosso grupo, está sendo um incentivo de participar e ajudar a escola”, finaliza o produtor, com nove anos de carreira e atuação em outras escolas de samba de Manaus.