Para coroar a maratona de aprendizado em cidadania e ações controle social realizadas durante todo o ano letivo de 2022 no âmbito do programa “Ouvidoria Estudantil”, ao menos 110 estudantes de nove escolas da rede municipal de ensino de Manaus receberam, na manhã desta quarta-feira (19), no Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), certificados que conferem a eles o título de ‘aluno ouvidor’ de suas respectivas instituições de ensino.
Capitaneado pela Ouvidoria da Corte de Contas amazonense, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed), o programa Ouvidoria Estudantil tem como objetivo fortalecer o controle social e promover a participação e o protagonismo estudantil, através da implementação de uma ouvidoria capitaneada pelos próprios estudantes dentro das escolas municipais de Manaus.
Coordenador do projeto, o ouvidor do TCE-AM, conselheiro Josué Cláudio, parabenizou os estudantes certificados e comentou sobre a importância do ensino da cidadania desde cedo já nas salas de aula. Segundo ele, o tema deve ter a mesma importância que temas já comuns ao ambiente escolar, como educação de trânsito e de meio ambiente, entre outros.
“Queremos agradecer a participação das escolas, dos alunos e, principalmente, dos professores que compraram a ideia e nos ajudaram a fazer hoje a entrega destes certificados que representam o ápice para cada um desses alunos, é o momento do reconhecimento pelo trabalho realizado. O tema cidadania, que é o foco do nosso projeto, é tão importante quanto temas de trânsito, saúde, meio ambiente e outros que aprendemos comumente em sala de aula, agora chegou esse momento de discutirmos com essas crianças as questões de cidadania, de uso dos recursos públicos e de fiscalização”, destacou o conselheiro-ouvidor.
Além dos 107 estudantes certificados na cerimônia de hoje, outros 110 devem vir ao TCE-AM nesta quinta-feira (20) para também receberem a certificação. A divisão em dois dias de evento foi realizada para evitar grandes aglomerações devido à grande adesão estudantil ao programa, que já conta, ao todo, com 214 alunos e 18 escolas participantes.
Ao parabenizar o conselheiro-ouvidor Josué Cláudio por ter dado continuidade e ampliado as ações e possibilidades do programa Ouvidoria Estudantil, o conselheiro-presidente da Corte de Contas e idealizador do projeto em 2019, Érico Desterro, comentou sobre o aspecto pioneiro das ações.
“Fico muito feliz que o conselheiro Josué Cláudio tenha visto neste programa a importância do ensino de cidadania desde cedo aos nossos estudantes. O projeto que começou com três escolas, hoje possui 18 e, não tenho dúvidas, em breve teremos ainda mais estudantes participando conosco, já que o Ouvidoria Estudantil já é um sucesso e inclusive serve como exemplo para outros Tribunais de Contas do país e até mesmo para órgãos públicos do estado do Amazonas”, disse.
Emoção
Estudante do 9º ano da Escola Municipal Antônia Pereira da Silva, localizada no bairro Santa Etelvina, Zona Norte de Manaus, a jovem estudante Agatha Loren, de 15 anos de idade, não segurou as lágrimas ao receber o certificado de participação no projeto. Segundo ela, o momento representa a realização de um sonho.
“É o meu primeiro certificado. Me senti muito honrada de estar participando desse projeto da escola. Logo no início do ano, eu era um pouco travessa, confesso, no entanto, a diretora e todos os professores da escola nunca desacreditaram de mim, sempre acreditaram no meu potencial, e hoje estou aqui realizando um sonho. Minha mãe vai ficar muito orgulhosa de mim, com certeza”, comentou a emocionada estudante, que revelou ter outro sonho, o de se formar em medicina após conclusão do ensino básico.
Já a aluna Kemily Vitória, de 11 anos, estudante do 5º ano da Escola Municipal Waldir Garcia, no bairro São Geraldo, Centro-Sul de Manaus, comentou sobre ações práticas já implementadas como resultado do programa dentro do ambiente escolar.
“Podemos por meio do projeto discutir no sentido de melhorar coisas que precisam melhorar. Como ouvimos bastante opiniões de diferentes estudantes, a gente pode entrar em um consenso e chegar à melhor ação a ser implementada na escola. A gente já tinha reclamado sobre as lixeiras da escola e tivemos um resultado bem legal que foi a troca das lixeiras por aquelas que são da coleta seletiva em toda a escola”, revelou.
O sentimento das alunas é compartilhado pela coordenadora dos grêmios estudantis da Semed, Sued de Araújo, que destacou o sentido coletivo gerado pelo programa.
“É de grande relevância pois pode promover os alunos ao protagonismo infanto-juvenil, até mesmo porque os nossos alunos iniciam no projeto desde os 8 anos de idade, no Ensino Fundamental 1, e essa parceria é muito importante porque faz com que os alunos possam ter esse contato com os conteúdos do controle social, dos deveres e direitos como cidadão e exercer isso na escola em busca de melhorias para o coletivo”, concluiu.
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