O evento reuniu representantes para discutir o fortalecimento da política de saúde LGBTQI+ no Amazonas
FOTO: Roberto Carlos/ SecomA Secretaria de Estado do Amazonas (SES-AM) promoveu o primeiro Encontro de Coordenadores Municipais de Saúde Integral LGBTQI+, entre segunda e esta quarta-feira (1º a 03/08), na Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (ESA/UEA). O Amazonas é o primeiro estado da Região Norte e o quinto no Brasil a ter uma política de saúde voltada à população LGBTI+.
O evento teve o objetivo de divulgar e trabalhar a interiorização da Política Estadual de Saúde Integral LGBTI+ do Amazonas, instituída por meio da Portaria nº 239, de 11 de maio de 2021.
De acordo com a coordenadora Estadual de Saúde LGBTQI+, Vívian Marangoni, o encontro foi um marco no trabalho de descentralização das ações de saúde LGBTQI+ no estado, contribuindo para a redução das desigualdades e discriminações institucionais nos atendimentos de saúde para esse grupo.
“Uma das ações previstas é a interiorização das ações de saúde LGBT no Amazonas, para que as unidades e os serviços não fiquem só na capital. A gente precisa fazer um trabalho de sensibilização para que realmente haja respeito tanto da universalidade, como princípio do SUS, quanto da equidade do acesso dessas populações, que já são vulneráveis”, ressaltou a coordenadora.
A programação, ao longo dos três dias, abordou a história da luta LGBTQIA+ e da saúde pública no Brasil e no Amazonas; a diversidade na sexualidade e teoria da sexualidade humana; saúde psicológica e a atenção e prevenção a suicídio: além do trabalho de assistência no processo transsexualizador.
Promoção da saúde
As atividades destacaram, principalmente, a necessidade de prestar atendimento integral à população LGBTQI+, não se limitando apenas ao cuidado de doenças causadas por infecções sexualmente transmissíveis (IST), mas também a importância do acolhimento, da humanização, o respeito ao nome social e a oferecer serviços de saúde que fortaleçam a rede de apoio.
O evento também destacou a importância de descentralizar os atendimentos para o processo transsexualizador, que consiste numa ‘hormonização’ (uso de hormônios) para pessoas trans, de forma adequada e que possa prevenir eventuais impactos negativos na saúde.
Atualmente, este serviço é oferecido na Policlínica Codajás, unidade da SES-AM, em Manaus, mas, conforme as discussões do encontro, os representantes irão trabalhar com suas secretarias municipais para ampliar e levar esse serviço para mais outras localidades do Amazonas.
Interiorização
O evento recebeu representantes da capital e de 11 municípios do interior, entre eles Manacapuru, Lábrea, Tabatinga, Parintins, Urucurituba, Fonte Boa e Alvarães.
O município de Tabatinga (distante 1.108 quilômetros da capital) é o primeiro do interior do estado a implantar a política estadual de saúde integral LGBTI+, em sua rede municipal de assistência.
O coordenador de saúde integral LGBTI+ de Tabatinga, Roberto Machado, destacou a importância do evento para o diálogo entre os municípios e as contribuições que as discussões trazem.
“Sabemos que o Amazonas é geograficamente muito grande, o que gera peculiaridades culturais. Um evento como esse é ímpar e traz uma riqueza muito grande saber que a gente, enquanto população LGBT, está começando a entender que nós fazemos parte da sociedade e todos precisam entender isso, principalmente na área da saúde”, disse.
O coordenador destacou que a expectativa é que nos próximos encontros, mais municípios possam estar presentes para discutir e trabalhar o fortalecimento dessa política no Amazonas.
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