Atividade é cada vez mais considerada um dos principais vetores econômicos do estado na geração de emprego, renda e valor agregado
“Manejo Florestal é floresta para sempre”, afirmou o especialista no assunto, Flávio Cremonesi, durante encontro que reuniu parte das principais autoridades em manejo florestal, nesta quinta-feira (02/06). A reunião foi liderada pelo titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Angelus Figueira, em nome do Governo do Amazonas, com intuito de discutir a viabilidade da atividade, um dos vetores econômicos do estado, com potencial de geração de emprego, renda e com valor agregado.
O encontro promovido pela Sedecti visa avançar na discussão das inúmeras possibilidades dos recursos da floresta. Na reunião, o modelo de manejo florestal da Mil Madeiras Preciosas, que há quase 30 anos atua no Amazonas, foi apresentado como case de sucesso.
O tema dos recursos da floresta será amplamente debatido ainda no Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, que será realizado nos dias 20 e 21 de junho, no Centro de Convenções Vasco Vasques. O evento vai reunir todos os segmentos e atores da economia para discutir o fortalecimento da matriz econômica e a diversificação das vocações do estado, contando com exposições, workshops, debates com especialistas, sociedade civil organizada, autoridades e personalidades no assunto, instituições acadêmicas, além de potenciais investidores.
“Este é um momento de maior relevância. O Governo do Estado começa a criar uma política de desenvolvimento econômico, como há muito não foi feito, e aponta um norte para onde devemos caminhar neste item. Queremos trabalhar na horizontalidade e para isso precisamos da concordância de todos os atores para avançarmos na questão do manejo florestal, por exemplo, como em outros países já é feito. Países que não tem a cobertura vegetal que o Amazonas tem. Como no Pará é feito e em Itacoatiara, com a Mil Madeiras, há quase 30 anos. Este governo acredita que é possível fortalecer nossa matriz econômica e gerarmos, de início, um distrito industrial e meio de empregos no interior do estado”, afirmou Figueira.
Valor agregado
O reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), André Zogahib, apontou que a efetividade econômica do manejo vai além, e que os ativos da floresta precisam ser monetizados. “Trabalhar com manejo é muito importante para que a gente possa avançar, subir de nível nesse processo de estruturação financeira. Existem inúmeras possibilidades que geram valor agregado, e isso volta para o estado”.
Zogahib citou como exemplo um trabalho de repercussão internacional do pesquisador e diretor da Agência de Inovação da UEA, Antonio Mesquita, que desenvolveu um ecopainel de MDF produzido a partir da fibra do açaí.
“Um negócio que vira resíduo e que pode ser utilizado no MDF de altíssima qualidade, inclusive com resistência e compressão, e em uma série de outras situações já testadas. Então, a gente precisa avançar nesse sentido. Reitero aqui nossa parceria e da Ufam (Universidade Federal do Amazonas). A nossa vontade de ajudar neste movimento que vai fazer a diferença na nossa sociedade”, externou o reitor.
Defesa
Segundo a engenheira florestal, Nadiele Pacheco, o manejo florestal sustentável objetiva manter a floresta viva. Para tanto, tal técnica precisa explorar os recursos da flora de forma o menos destrutiva e invasiva possível.
“O impacto ambiental tem que ser mínimo. E a resposta do trabalho deles é impressionante. Após 13 anos, vê-se a recuperação da floresta, bem como a capacidade de resiliência da fauna, apresentada por meio do monitoramento das câmeras instaladas nas áreas manejadas”.
Responsável por formar gerações de engenheiros florestais no Amazonas, o professor da UEA, Luis Antonio, também considera a prática do manejo sustentável uma alternativa econômica viável para o estado. “O manejo florestal é uma alternativa econômica importante para o desenvolvimento da nossa região e precisa ser desmistificado, porque ele é sustentável, é viável e pode trazer riquezas para nossa gente. E este modelo da Mil Madeiras é exitoso”, aposta.
“O manejo florestal é um instrumento do desenvolvimento econômico, social e ambiental no estado, e a proposta do Governo do Amazonas é para que possamos avançar e temos projetos interessantes, como o manejo florestal nas reservas do estado. Caso da Mil Madeiras, que faz manejo planejado, com tecnologia, precisão e possui selos de certificação florestal rigorosos”, avaliou Valdenor Cardoso, secretário executivo da Sedecti.
Comissão
Ao final da reunião, foram definidos os órgãos e respectivos representantes para a criação da Comissão Estadual de Gestão em Manejo Florestal, a ser formada por Sedecti, UEA, Procuradoria Geral do Estado (PGE-AM), Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Secretaria de Estado das Cidades e Territórios (SECT), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), Companhia Amazonense de Desenvolvimento e Mobilização de Ativos (Cada).
Deverão integrar a comissão ainda a Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Amazonas (Fetragri), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea), Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amazonas (OAB/AM) e Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
Além dos entrevistados, participaram da reunião o procurador da PGE-AM, Daniel Pinheiro; o diretor de produção da Mil Madeiras Preciosas, João Cruz; o chefe de Departamento de Produtos Florestais da ADS, Jardel Luzeiro; a diretora da Cada, Mércia Monteiro; a diretora do Idam, Maria do Carmo; o gerente de Apoio à Produção Não Madeireira do Idam, Luiz Rocha; o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Aleam, deputado estadual Fausto Júnior; e o professor doutor da Ufam, Joberto Veloso.
Assessoria de Comunicação