FOTO: Rafael Marques/HemoamDesde 2017, quando teve início o Programa de Ampliação do Diagnóstico Precoce das Leucemias para o interior do Amazonas, já foram identificados 98 casos da doença nos municípios do interior do Estado, segundo dados da Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam). O número corresponde a um aumento de 30% em relação aos anos anteriores ao Programa.
Há 48 minutos
Por Agência Amazonas
O programa repercutiu no aumento de 30% do diagnóstico de leucemia no interior
Segundo o médico hematologista e Diretor Clínico do Hemoam, Nelson Fraiji, a partir do Programa de Diagnóstico Precoce das Leucemias o cenário começou a mudar. “O Programa se mostrou eficaz porque a gente consegue, por meio dele, diagnosticar casos que antes não eram possíveis em virtude dos custos e a complexidade metodológica. E é preciso salientar que o tratamento precoce é essencial quando falamos em tratamento e cura”, acrescentou.
Antes de o Programa ser ampliado para o interior, pelo menos 80% dos casos de leucemia aguda encaminhados ao Hemoam eram de Manaus e municípios da região metropolitana.
O Programa – O intuito do Programa é capacitar profissionais para diagnosticar precocemente o câncer no sangue e, com isso, aumentar as chances de cura para pacientes oriundos dos municípios amazonenses. Desde 2017, a iniciativa já capacitou 87 profissionais de 37 cidades do interior.
Coari é um dos municípios onde profissionais de saúde receberam treinamento para o Programa. Antes de 2017, os registros de casos de Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) oriundos do município eram raros. De 2017 a 2021, 16 casos foram identificados por meio do Programa. No município, quatro profissionais foram capacitados.
“Eles mandam as fotos das células, nós identificamos a possibilidade de ser uma leucemia ou uma doença maligna qualquer do sangue, e aí articulamos para que as crianças e os adultos venham o mais rápido possível”, esclareceu o diretor clínico do Hemoam, Nelson Fraiji.
Também foi estabelecido um grupo de consultoria no aplicativo Whatsapp, onde são realizadas “microscopias virtuais”, materializadas por meio de fotos realizadas em microscópio e enviadas para discussão coletiva.
Fevereiro Laranja – Fevereiro é o mês de conscientização para o combate à leucemia. A leucemia é uma doença que se inicia na medula óssea, onde são produzidas as células que formam o sangue. Os primeiros sintomas costumam aparecer com manchas roxas pelo corpo, febre constante, sangramentos, dores ósseas, perda de peso, sonolência, vômito, caroços e inchaços na região do abdômen e pescoço.
O programa tem apoio do Instituto Ronald McDonald, por meio do Grupo de Apoio à Criança com Câncer do Amazonas (GAAC).
Diante da suspeita, o primeiro exame realizado deverá ser o exame de sangue. Em caso positivo, o paciente deverá passar por avaliação de um hematologista, médico especialista em doenças do sangue. A confirmação do diagnóstico poderá ser feita através do exame da medula óssea, chamado de mielograma. Algumas vezes pode ser necessária a realização de biópsia da medula óssea.
Ainda não há evidências científicas que deixem claro o que desencadeia a leucemia. Por isso, o diagnóstico precoce é a principal recomendação. Quando identificado e tratado logo no início, as chances de cura podem passar de 80%.
O Amazonas ainda não tem uma unidade transplantadora. Com a inauguração do Hemoam Hospital, o complexo vai se tornar referência no diagnóstico e tratamento de todos os tipos de cânceres pediátricos do Amazonas.
A terapêutica da leucemia envolve combinações de quimioterápicos, medicamentos que têm o objetivo de destruir as células cancerígenas para que a medula óssea volte a produzir células normais. Para alguns casos específicos, é indicado o transplante de medula óssea.