Tabagismo, abuso do consumo de bebidas alcoólicas e alimentação de má qualidade são alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de esôfago. Com prevalência maior em pessoas idosas, a doença é considerada altamente letal. Por ano, são cerca de oito mil vidas perdidas, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Abril é o mês dedicado pela comunidade médica para conscientização sobre esse tipo de câncer que tem maior prevalência entre idosos
De acordo com o cirurgião Sidney Chalub, especialista em aparelho digestivo da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), os sintomas da doença demoram a aparecer, por isso, a prevenção é tão importante, assim como a visita frequente ao médico.
Para chamar atenção para o problema, a comunidade médica instituiu a campanha “Abril Azul Claro”. O câncer de esôfago é o sexto que mais acomete a população masculina e o 13º mais frequente entre as mulheres.
O carcinoma é de dois tipos, escamoso (preponderantemente em países mais pobres) e adenocarcinoma (prevalentemente entre os mais ricos). Aproximadamente 80% dos casos se desenvolvem em homens. Além das questões da alimentação, do uso de cigarro e bebidas alcoólicas, há outros hábitos que podem acabar desencadeando a doença, como consumir alimentos excessivamente quentes.
“Quando falamos de prevenção, falamos em hábitos de vida. O câncer de esôfago é um tumor relacionado diretamente com hábitos de vida, havendo relações com a alimentação, tabagismo, etilismo e até a doença infecciosa como o HPV”, disse o cirurgião.
Diagnóstico
Apesar da demora na percepção dos sintomas, o câncer no esôfago oferece indicativos de que o corpo não está bem, segundo Chalub. Os sintomas mais frequentes são alteração na respiração, dificuldade de engolir e sensação de empachamento ou inchaço.
Para o carcinoma escamoso, os principais fatores de risco são o tabagismo, álcool, exposição à radiação e divertículos no esôfago. Já os chamados adenocarcinomas decorrem de problemas com obesidade e doença de refluxo.
Tratamento
Quando o tumor é descoberto na fase inicial, o tratamento pode ser feito através de uma cirurgia. Se descoberto na fase final da doença, o caminho é a radioterapia ou uma cirurgia para colocação de uma sonda para alimentação, uma vez que a doença elimina a capacidade de ingestão de comida pela boca.
O câncer de esôfago pode ser diagnosticado na parte do meio e mais alta do esôfago, que tem a característica de um câncer de pele, ou surgir na parte final do esôfago, que é chamado de câncer de cárdia, com as mesmas características de um câncer de estômago.
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Por Agência Amazonas
FOTO: Divulgação/FCecon