Com o aumento crescente da demanda de hospitalização pelo novo coronavírus (Covid-19) em Manaus, a rede estadual de saúde segue reorganizando a rede de assistência na capital amazonense. A medida, prevista na quarta fase do Plano de Contingência para o Recrudescimento da Covid-19, levou a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) a mobilizar todas as unidades, inclusive hospitais de fundações e maternidades, para receber pacientes com a Covid-19.
O governador Wilson Lima anunciou, neste domingo (03/01), que o Hospital Beneficente Português do Amazonas vai passar a disponibilizar 30 leitos exclusivos para pacientes com Covid-19, sendo 10 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 20 clínicos. A partir desta segunda-feira (04/01) já passam a funcionar cinco leitos de UTI. Em dois meses, houve um acréscimo de 125% na oferta de leitos exclusivos para Covid-19 na rede estadual de saúde, saindo de 457 para os atuais 1.038 leitos.
O governador ainda destacou sobre a vinda da equipe do Ministério da Saúde, para Manaus, onde irão cumprir agenda desde o início da manhã, desta nessa segunda-feira (04/01).
“O Estado está trabalhando muito para ampliar a estrutura e garantir atendimento a todos aqueles que forem acometidos pela Covid. Nos últimos dois meses, mais que dobramos a quantidade de leitos, saímos de 457 para 1.038. O Estado está fazendo a sua parte, tendo apoio do Governo Federal, que também não tem medido esforços para nos enviar equipamentos. Agora, é preciso que a população também faça a sua parte. Siga os protocolos de saúde, evite aglomerações e use máscara”, reforçou Wilson Lima.
Em relação à ação do Ministério Público do Estado (MPE-AM) a respeito do fechamento do comércio, o governador declarou que, até o momento, o Governo do Estado não foi notificado, mas que assim sair a notificação, ocorrerá uma reunião com o Comitê do Governo do Estado de Enfrentamento à Covid-19 para análise dos procedimentos cabíveis.
“Os profissionais do Ministério da Saúde têm estado em contato permanente com o Estado do Amazonas, e amanhã esse grupo já vai iniciar, às 8h da manhã, uma reunião da qual vou participar. Eles vão conhecer a nossa rede e saber in loco quais são as principais necessidades, e de que forma que o Ministério vai poder aumentar essa ajuda que tem dado para o Estado”, explicou o governador.
“Estamos executando esse plano de contingência conforme o aumento de casos e de internações. Chegamos na fase quatro do Plano e estamos utilizando toda a estrutura, inclusive as referências destinadas a especialidades, como maternidades, Fundação Cecon, Medicina Tropical. Essas unidades, que não gostaríamos de estar utilizando na fase quatro, preconiza que elas precisam entrar nessa batalha, mas sem prejuízo às atividades daquela unidade. Estamos trabalhando com a Vigilância em Saúde para estabelecer fluxos e protocolos de segregação de pacientes de forma segura, e nenhum paciente Covid vai se misturar com pacientes que já estão recebendo tratamento de outras patologias”, disse.
Rede estruturada – O secretário de Saúde, Marcellus Campêlo, ressaltou que o Governo do Estado vem redefinindo o perfil de unidades de saúde, sem paralisar ou prejudicar o atendimento que já vinha ocorrendo com outras demandas não Covid.
“As maternidades terão alas exclusivas para mulheres grávidas, puérperas e mulheres com Covid, separado, isolado, RH diferenciado, acessos diferenciados, a equipe técnica dessa área de Covid não se mistura com a outra área, a ideia é segregação com segurança”.
O secretário reafirmou que, nas maternidades, o plano segue todo trabalho de revisão e adequação de fluxos e protocolos das maternidades estaduais, voltados para o atendimento de pacientes grávidas e puérperas com Covid-19.