A limpeza no prédio com a mão de obra dos apenados é uma parceria da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SEC) com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), promovendo a melhoria do espaço e também a redução de pena dos participantes. A manutenção começou na segunda-feira (10/05), com a roçagem e capinagem do terreno. A unidade foi desativada em 2017 e funcionou como prisão por mais de 100 anos na capital.
Possibilitando um recomeço profissional e dando novas oportunidades para apenados do regime semiaberto, o Governo do Amazonas tem trabalhado na manutenção da Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, Centro de Manaus, por meio do programa “Trabalhando a Liberdade”. O projeto envolve 36 homens que já executam ações de revitalização em praças e parques públicos administrados pelo Estado.
Apolo explica que a pandemia da Covid-19 dificultou qualquer intervenção no local, entretanto, argumentou que a ideia beneficia as pessoas que moram nas proximidades do prédio, diminuindo o risco de doenças, além de reafirmar o compromisso do governo na ressocialização deste grupo com uma atividade remunerada.
De acordo com o secretário de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, Marcos Apolo Muniz, os integrantes do programa atuam em áreas públicas como as praças Heliodoro Balbi, Antônio Bittencourt, Largo São Sebastião, e nos parques Jefferson Peres e Rio Negro, locais gerenciados pela SEC.
O secretário acrescentou sobre o destino a ser dado para o complexo. Segundo ele, a SEC tem buscado parcerias para transformar o espaço da Cadeia Pública em um centro cultural para a população.
“É uma proposta inovadora e mostra o compromisso do governo com a sociedade, em dar oportunidade às pessoas para que elas possam retornar ao meio social, desenvolvendo um trabalho de forma digna. Muitos deles até têm uma profissão e, por alguma circunstância, acabaram se encontrando nessa situação. É uma grande oportunidade e a gente fica aqui muito contente em poder fazer parte e contribuir para que esse projeto se fortaleça”, destacou.
Atividade
No projeto “Trabalhando a Liberdade”, os apenados trabalham em expediente de 8 horas diárias, de segunda a sexta-feira, que ao final será convertido em redução de pena. Todos usam tornozeleira eletrônica, conforme determinado para quem cumpre o regime semiaberto. Em seguida, os integrantes retornam para casa.
“Infelizmente, a pandemia atrapalhou os nossos planos. Mas esperamos que tão logo seja possível, possamos retomar essa proposta de transformar o local em um grande espaço cultural, um centro de economia criativa, dando oportunidade e gerando emprego e renda”, afirmou.
“Nós recebemos essa incumbência no início da gestão do governador Wilson Lima, para que nós fizéssemos um sistema penitenciário diferenciado. Nós estamos fazendo uma reinserção dos internos, capacitando todos eles, para que eles tenham uma profissão autônoma ou em alguma empresa quando saírem do sistema, para que eles continuem trabalhando e sejam úteis a sociedade”, explicou.
O secretário executivo-adjunto da Seap, coronel André Luiz Barros, explica que a parceria entre as secretarias gera uma economia para o Estado e apresenta um novo horizonte para o sistema penitenciário.
“Está sendo muito gratificante. Estou resgatando uma coisa que tinha perdido, que é a confiança dos meus parentes. E hoje em dia meu filho diz: – ‘pai, vai trabalhar?’; e eu digo: – ‘vou’. Já deixo trilhado para ele, porque ele vê o pai dele saindo. Se os filhos são o espelho do pai, eu estou realizando com o meu filho. Para mim isso não tem preço”, reconheceu Barros.
Alexandre Barros, de 36 anos, trabalha no projeto “Trabalhando a Liberdade” e está participando da limpeza na Cadeia Pública. Para ele, a ação de apoio do governo é um resgate da dignidade.
———
Por Agência Amazonas
FOTOS: Herick Pereira / Secom