Movimento no Centro de Tratamento de Encomendas dos Correios, em Benfica A Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) promove, nesta sexta-feira, 20, às 18 horas, uma Audiência Pública para debater propostas sobre a criação da Frente Parlamentar contra a privatização da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), em análise no Senado. O evento é de iniciativa do deputado estadual Sinésio Campos (PT). Entre os participantes está o presidente da Associação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (ANATECT), Rodolfo Amaral, além de outros convidados.
“Queremos agradecer essa abertura que o deputado Sinésio nos deu para que possamos debater os caminhos para a criação dessa Frente Parlamentar, além dos grandes prejuízos que uma privatização pelo governo Federal pode causar. Vamos pressionar o Senado, pois queremos que entendam a problemática amazônica, o grande prejuízo de uma privatização é a exclusão social e econômica, principalmente, para os pequenos empreendedores e prefeituras dos municípios. Somos uma empresa com 358 anos de vida e não podemos deixar que esse patrimônio seja vendido”, argumentou o presidente da ANATECT, Rodolfo Amaral.
Para o deputado Sinésio Campos, é um desrespeito privatizar um sistema de transporte, pois, segundo ele, a iniciativa privada só está onde gera lucro, deixando de lado o comprometimento social do Estado Brasileiro e o apoio ao homem da floresta. “A Empresa de Correios e Telégrafos é uma instituição centenária, do povo brasileiro e de grande relevância para nós, que vivemos no Amazonas, uma região de mais de um milhão e meio de quilômetros quadrados, com uma Amazônia fantástica, que representa mais de um terço do território nacional. A Empresa de Correios e Telégrafos chegou onde nenhum tipo de outro serviço chegaria”.
O Projeto de Lei (PL) 591/21, que autoriza a privatização da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), ainda está em tramitação no Senado. Foram 286 votos a favor e 173 contra o PL, relatado pelo deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA). O texto aponta que a União poderá vender a empresa e determina, também, que os serviços postais considerados universais (cartas, impressas e telegramas) deverão ser realizados por uma nova empresa chamada de Correios do Brasil.
Atualmente, os Correios geram 95 mil empregos diretos e mais de 200 mil indiretos, além dos aposentados. Com isso, mais de 500 mil pessoas vivem dos Correios. No caso específico do Amazonas, os Correios estão em todos os municípios, gerando mais de 30 mil empregos.
O Governo Federal, desde sua assunção, já fechou em todo o País centenas de agências, no Amazonas, entre elas estão as agências dos Correios do Iauaretê, município de São Gabriel da Cachoeira; Balbina, município de presidente Figueiredo; Itapeaçu, município de Urucurituba; de Caburi, município de Parintins; dos bairros do Educandos, Japiim, Alvorada e Colônia Antônio Aleixo, no município de Manaus.
Foto – Fernando Frazão/Agência Brasil
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