O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) repudiou, nesta terça-feira, (3), discurso na Assembleia Legislatuva do Amazonas (Aleam), a negociação “amadora” do Governo Federal com empresas inabilitadas para a venda de 400 milhões de doses de vacinas, revelada pela CPI da Pandemia no Senado, quando a Covid-19 matou mais de 557 mil brasileiros.
“É de assustar que o governo brasileiro receba três pessoas para tratar da venda de 400 milhões de doses de vacinas. O reverendo Amilton Gomes de Paula, o cabo da polícia militar do interior de Minas Gerais, Paulo Dominguetti Pereira, e um beneficiário do auxílio emergencial, Cristiano Carvalho, da Davati. Essas três pessoas não têm a mínima condição de vender uma única vacina, o que dirá 400 milhões de doses”, lamentou Serafim.
O líder do PSB da Casa Legislativa também fez críticas à condução da compra de vacinas pelo ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que negociou 20 milhões de doses com uma importadora de sex shop.
“Nenhum de nós, 24 deputados, receberíamos três pessoas dizendo que tinham 400 milhões de vacinas para vender. Pior que isso foi o ex-ministro Pazuello receber aquele suposto vendedor de vacinas, que havia sido condenado à prisão. Na verdade, é importador de uma loja de sex shop, com o protocolo de intenção para vender 20 milhões de vacinas”, disse.
O deputado também afirmou que o negacionismo e o não cumprimento das medidas de proteção, como incentivo à aglomerações e ao não uso de máscaras, por exemplo, do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), contribuíram para a explosão de casos de Covid-19 no país.
“São mais de 500 mil brasileiros que morreram e o Governo Federal e o Ministério da Saúde brincam com a vida de todos nós. Aí entra a questão do negacionismo. Não tratavam com Pfizer, com a AstraZeneca e não tratavam com a Coronavac. Tratavam com vigaristas, com golpistas que queriam enganar, que queriam iludir o governo brasileiro”, lembrou o parlamentar.
Serafim ainda disse que repudia a condução na Saúde diante da pandemia “que está em mãos de pessoas absolutamente incompetentes”.
“Não estou dizendo que sejam pessoas corruptas, não é isso. Estou dizendo que são amadores de um campo que teria que ter absoluto profissionalismo. Lamentável que o governo federal, e por tabela, isso se espalhou por estados, tenha agido com tanta ineficácia num momento em que precisava ter ciência, profissionalismo, medicina”.
O parlamentar mencionou também o envio da secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, a ‘Capitã Cloroquina’, ao Amazonas, que defendeu e incentivou o uso de medicamentos sem ineficiência comprovada como a própria cloroquina.
“Ao invés disso, mandou para cá, por exemplo, e nós fomos usados como cobaias, a ‘Capitã Cloroquina’, que veio dar aula do que se deveria fazer do tratamento precoce. Isso é um absurdo. Já são mais de 15 mil mortes por Covid no Amazonas. É difícil não ter uma família em Manaus que não tenha perdido um parente ou um amigo”, concluiu.
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