O Governo Federal está minimizando e negando o risco de racionamento de energia elétrica causado pela crise no sistema, o que resultará numa nova penalização ao bolso do povo brasileiro. A avaliação foi feita pelo deputado estadual Serafim Corrêa, do PSB, durante discurso na manhã desta quinta-feira, 2, no plenário da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas).
“O Brasil já está enfrentando uma crise de energia elétrica, de geração de energia. Estamos caminhando para o racionamento exatamente pela desídia (preguiça) dos setores responsáveis. Temos uma crise hídrica que já nos acompanha há oito meses. Tudo isso era previsível, era necessário que naquele momento tivesse sido instalado um comitê de crise para adotar as providências de prevenção para minimizar essa crise”, disse Serafim.
Na terça-feira, 31 de agosto, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fez um pronunciamento pedindo que a população reduza o consumo de energia, mas em entrevista a uma rede de TV nacional disse que o “risco de racionamento hoje é zero”.
A gravidade da crise hídrica levou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a criar uma nova bandeira tarifária, chamada bandeira tarifária ‘escassez hídrica’. O novo valor da taxa extra é de R$14,20 pelo consumo de 100 kWh, com vigência de 1º de setembro de 2021 a 30 de abril de 2022.
“Nós, mais velhos, que vivemos em 2001 essa mesma crise, sabemos muito bem o que foram aqueles anos, e devemos reconhecer que naquele momento a crise foi administrada por uma pessoa do melhor nível, que é o Dr. Pedro Parente (ex-ministro da Casa Civil do governo Fernando Henrique que em 2001 liderou a Câmara de Gestão da Crise de Energia (CGE) do governo federal). O que vemos agora é mais uma vez o negacionismo agindo. O Governo Federal segue negando que haverá racionamento. A questão é muito mais complexa e pesada, pois o aumento de energia elétrica nos próximos meses será algo insuportável e que trará de volta a inflação e piorar ainda mais as condições de vida do povo brasileiro”, avaliou.
O político elogiou a postura do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, do PRTB, que reconheceu nesta quarta-feira, 1º, a possibilidade de racionamento.
“Acredito que ainda há tempo de enfrentar essa crise e o primeiro passo é reconhecer que o problema existe e não ficar negando. E aqui quero registrar a lucidez do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, que de forma muito clara disse que nós teremos racionamento sim. Então ele é uma pessoa lúcida, que tem clareza do beco sem saída que nós entramos. Quero registrar aqui o meu pesar pelo Brasil, meu país, ter que passar por esse momento que é muito complexo e complicado”, declarou Serafim.
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