No intuito de debater sobre “Políticas Públicas para a Cadeia da Castanha: Situação Atual, Desafios e Perspectivas”, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), por meio da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), participou da segunda edição virtual do Diálogos Pró-Castanha, evento realizado pelo Observatório Castanha-da-Amazônia (OCA), que aconteceu nesta sexta-feira (23), e reuniu representantes do terceiro setor e dos Governos federal e estadual.
A secretária executiva da Secti, Tatiana Schor, mencionou durante a live, um projeto que acontece com o Banco Itaú, que envolve os seguintes temas: “educação e trabalho”, tanto na parte de viveiro, como na de tecnologia para jovens que trabalham na cadeia da castanha. Segundo ela, a proposta é de “inserir temas como esses no novo ensino médio e realizar maneiras de oferecer cursos de capacitação pelo Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) para capacitar os jovens que trabalham na cadeia da castanha para que possam, depois, ajudar suas respectivas famílias”.
O encontro foi conduzido pelo representante do OCA, André Machado. Ele explicou que o objetivo desses debates é melhorar a comunicação, a articulação e a cooperação entre os atores da cadeia. Além disso, “é uma forma de aproximar os atores e aprimorar condições de produções, serviços e a regulação dessa cadeia”.
Ainda durante o evento virtual, a secretária Tatiana Schor, destacou o projeto InovaSocioBio que faz parte de um convênio entre o Governo do Amazonas, por meio da Sedecti, e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“Com a ajuda do Mapa, criamos o InovaSocioBio pensando em trabalhar em três cadeias (castanha, pirarucu e guaraná) porque trata-se de um projeto piloto. Com o projeto, conseguimos um recurso com a Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) para investimento em laboratórios, visando fortalecer, no Amazonas, laboratórios credenciados à certificação sanitária da castanha. Ou seja, estamos fortalecendo e criando um laboratório público para que as comunidades e associações ou quem precisar, possam ter o seu teste, ver e monitorar a qualidade da castanha no Estado”, ressaltou a secretária.
O evento
O evento virtual do OCA também contou com a participação do diretor de estruturação produtiva do Mapa, Marco Pavarino, que mencionou sobre a importância do debate sobre as políticas públicas para esse tipo de tema.
“As políticas públicas são fundamentais, não só para a agricultura familiar, mas, também para o extrativismo e a biodiversidade. Podemos citar várias delas, por exemplo, a política de garantia de preços mínimos que hoje é uma política consolidada e tem a importância reconhecida. O eixo das políticas, nas últimas décadas, são focadas em grandes aspectos, tais como, a dos créditos e a de acessos ao mercado. Elas são focadas em estratégia e são pilares importantes da agricultura familiar”, esclareceu.
Ainda durante o evento on-line, o assessor técnico do programa Xingu, do Instituto Socioambiental, Leonardo de Moura, comentou sobre a relevância da produção da castanha.
“As cadeias produtivas no país dependem de políticas públicas. Quando a gente trata de bioeconomia e sociobiodiversidade, é bom lembrar o modo de vida dos povos da floresta e do pessoal do sociobio. É um modo diverso, geralmente, eles não trabalham só com um produto da floresta, afinal, existem os períodos de produção. E, se não levarmos em conta outras cadeias, a floresta pode não compensar. Por outro lado, a cadeia da castanha é importante por toda a economia que ela gera. É uma cadeia estabelecida”, concluiu.
InovaSocioBio Amazonas
O InovaSocioBio Amazonas é um projeto de fortalecimento e inovação das cadeias da sociobiodiversidade e tem como objetivo fortalecer as cadeias produtivas da castanha-do-Brasil, do pirarucu selvagem e do guaraná nativo.
O projeto visa a promoção de uma bioeconomia pautada na ciência e na tecnologia, buscando a interiorização do desenvolvimento, o fomento aos arranjos produtivos e de comercialização das cadeias de suprimento dos produtos da sociobiodiversidade e extrativismo, além da diversificação da matriz econômica do Estado do Amazonas.
O OCA
O Observatório Castanha-da-Amazônia (OCA) é uma rede de organizações que atua para desenvolver a cadeia da castanha, produzindo conhecimento, inteligência e mobilização de atores para consolidar um mercado justo que valorize os povos e comunidades envolvidas e promova a conservação da floresta.
O OCA é resultado do trabalho de instituições, projetos e coletivos que já atuam com essa cadeia. Com a participação de diversos parceiros da PCAB, como IEB, o Instituto de Pesquisas Ecológicas, Serviço Florestal dos Estados Unidos (IPÊ), entre outros. A entidade visa consolidar e fortalecer coletivos de empreendimento comunitários da castanha, promover conhecimento, disseminar informação e ser um fórum de diálogo.
Assessoria de Comunicação