A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) recebeu, até o momento, 2.330 mil livros paradidáticos do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, os quais serão utilizados no programa de ressocialização “Conhecimento que Liberta”, do sistema prisional do Amazonas. Até o final do mês de maio devem chegar outros 680 exemplares, totalizando 3.010.
Clássicos de obras nacionais e mundiais estão entre as unidades recebidas. O Cortiço, de Aluísio Azevedo (340); A Hora da Estrela, de Clarice Lispector (345); Capitães da Areia, de Jorge Amado (340); As Prisioneiras, de Dráuzio Varella (140); Dom Casmurro, de Machado de Assis (340); Pai Francisco, de Marina Miyazaki Araújo e Marcus Vinícius Vasconcelos (340); A Cor Púrpura, de Alice Walker (345); e Volta ao Mundo em 80 Dias, de Júlio Verne (140).
Para o secretário da Seap, coronel Vinícius Almeida, as novas obras servirão de incentivo para ampliar o número de reeducandos participantes do programa. “O estudo é um meio singular de ressocialização, pois ele engrandece e dignifica o ser humano. Esse esforço do Ministério da Justiça na aquisição e distribuição de obras tão relevantes, vem como incentivo para trabalharmos ainda mais na ampliação de projetos que transformam vidas”, destacou.
Os livros serão distribuídos para as unidades prisionais da capital e do interior do estado, onde deverão complementar as atividades de projetos de remição de pena pela leitura e pelo estudo. O principal deles é o projeto ‘Remição Pela Leitura’, desenvolvido com apoio das cogestoras Reviver Administração Prisional Privada, RH Multi, New Life Gestão Prisional e da Universidade Estadual do Amazonas (UEA). Atualmente, cerca de 1.700 mil reeducandos participam do projeto.
Viviane Morais (nome fictício), interna do Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF), considera o projeto fundamental na sua vida no cárcere. “É através do projeto de leitura que adquirimos o conhecimento e a sabedoria para lidarmos com situações da nossa vida diária, pois às vezes vemos dentro dos livros a nossa própria vida e com isso ampliamos nossa experiência de mundo”. Viviane revela que sua leitura preferida é ‘Correndo Contra o Destino’, do autor Raul Drewnick.
Remição Pela Leitura
Programa ‘Conhecimento que Liberta’. Foto: Divulgação/SeapO projeto visa a ressocialização, o desenvolvimento pessoal e educacional da pessoa privada de liberdade, por meio da leitura de obras literárias que trazem reflexões sobre diversas temáticas sociais e, ainda, pode remir quatro dias da pena a cada leitura trabalhada, conforme a recomendação de nº 44 de novembro de 2014, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Os participantes recebem a literatura e têm entre 21 e 30 dias para realizar a leitura. Após esse período, eles passam por avaliações escrita, podendo ser a elaboração de uma resenha, e oral, com perguntas objetivas e subjetivas baseadas na temática abordada no livro. O corpo avaliador é composto por profissionais da Pedagogia, Psicologia e do Serviço Social.
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Por Agência Amazonas
Foto: Divulgação/Seap