A Prefeitura de Manaus vacinou, na manhã desta quinta-feira, 22/4, 139 moradores da comunidade do Barranco de São Benedito, único quilombo urbano da região Norte do país, localizado na rua Japurá, no bairro Praça 14, zona Centro-Sul da cidade.
Os quilombolas estão elencados no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 como grupo prioritário para a campanha contra Covid-19. Foram imunizadas pessoas de 18 anos e mais, residentes no quilombo, cadastradas e acompanhadas pela equipe da Estratégia Saúde da Família, da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). A vacinação aconteceu na sede dos Escoteiros da Praça 14.
Em Manaus, a comunidade é assistida pela Unidade Básica de Saúde da Família S-32, vinculada à UBS Vicente Pallotti. Todos são cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS) e têm o acompanhamento da prefeitura. “Essa comunidade, que existe há 130 anos, só foi reconhecida oficialmente em 2014 pela Fundação Cultural Palmares. Foi o segundo quilombo urbano certificado no Brasil. É um núcleo que reúne história e tradições e que devemos preservar e proteger”, disse o prefeito David Almeida.
A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, explicou que, desde o início da campanha em Manaus, a Semsa já vacinou os públicos-alvo dos grupos prioritários de pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas; pessoas com deficiência institucionalizadas; povos indígenas vivendo em terras indígenas; trabalhadores da Saúde; e segue vacinando pessoas de 60 anos e mais e pessoas de 18 a 59 anos com comorbidades, inclusive nas comunidades ribeirinhas e rodoviárias.
“Essa é uma campanha diferente de todas que o município já fez porque temos a estimativa de público-alvo, de grupos prioritários, mas não temos a totalidade de doses, que temos recebido aos poucos, em remessas que o Ministério da Saúde envia. Nossa equipe técnica, pela experiência que tem, vem conseguindo fazer ajustes e remanejar doses, e isso vem possibilitando que avancemos na imunização em Manaus, tanto que já temos mais de 410 mil doses aplicadas”, destacou.
A estudante de Direito Yasmin Menezes, 20, disse que a vacinação no quilombo é resultado da luta desse grupo e que está dentro do reconhecimento que buscam na sociedade. “Ser quilombola é muito importante para nós, são várias gerações até chegarmos aqui, é muita história. Por isso acho necessário tomarmos essa vacina, e isso não é privilégio. No momento que estamos passando, espero que todas as pessoas do mundo tenham essa oportunidade”, afirmou.
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Fotos – João Viana / Semcom
Texto – Sandra Monteiro / Semsa
Disponíveis em – https://flic.kr/s/aHsmVo4K6u