Uma cerimônia cheia de simbolismo e resgate histórico marcou a abertura da primeira “Mostra de Arte Indígena” da capital, pela Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura) e a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), nesta quarta-feira, 22/9, à tarde, no Palácio Rio Branco, Centro. O espaço, localizado na praça Dom Pedro II, é um local sagrado para os povos indígenas, onde se encontra o memorial Aldeia da Memória Indígena, inaugurado em abril, pelo prefeito David Almeida.
Dois rituais indígenas encenados pelos grupos de dança Uatê e Bayaroá – integrado por indígenas da etnia tukano, tatuio e barassana -, abriram a solenidade. Representando o prefeito David Almeida, a titular da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Shádia Fraxe, ressaltou a importância do evento dentro da política cultural da atual gestão, que apoia e incentiva as populações tradicionais.
O evento abriu a programação de atividades para a celebração dos 352 anos de Manaus, que serão comemorados no dia 24 de outubro.
Para o presidente do Concultura, Tenório Telles, o evento teve todos os elementos para ser histórico, em virtude da sua simbologia. “As vozes de nossos ancestrais foram apagadas por muitos anos, e agora, são resgatadas e oportunizam um novo futuro para os povos, que constituem o povo manauense”, afirmou.
“Nesta noite celebramos a força histórica dos povos que primeiro habitaram este espaço, resgatando suas memórias, valorizando uma cultura, que sobrevive ao tempo e que conta a história do povo manauense”, comentou.
“É preciso saber o que havia antes do cenário urbano, contar e valorizar a história dos povos originários, aí está a função do poder público”, destacou o titular da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC), Marcos Apolo, para quem a leitura da história vai muito além da preservação dos prédios históricos.
O diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, também chamou a atenção para o resgate histórico que a gestão David Almeida vem realizando em relação às populações indígenas, que contribuíram para o surgimento da capital amazonense. Ele também ressaltou o esforço do Executivo municipal em realizar eventos e ações, criando oportunidades para o protagonismo dos povos indígenas residentes em Manaus e seu entorno.
Uma das lideranças indígenas mais atuantes no processo de valorização da cultura indígena, é o antropólogo João Paulo Barreto Tukano, um dos curadores da mostra, que fez a fala inicial e divide a curadoria com a artista plástica Monik Ventilari.
Resgate
Artistas indígenas presentes ao evento, Chermie Ferreira Kokama, Paulo Olivença, Tuniel Mura, Tchanpan Maricaua, Ivan Barreto, Kawena Maricaua, Otília Waraó apresentaram pessoalmente suas criações aos visitantes.
“Estamos neste momento em cima dos corpos sepultados de nossos antepassados, temos um compromisso histórico de resgatar suas lutas e valores, visão de mundo, modo de vida, tecnologias, medicina”, afirmou, para em seguida convidar os parentes das várias etnias, presentes ao evento, para receberem o reconhecimento público e realizarem a abertura da mostra artística.
A mostra está aberta à visitação, a partir desta quinta-feira, 23, das 9h às 16h, e deve ser agendada pelo link: https://bit.ly/3k7w7hB.
A mostra conta com esculturas orgânicas, objetos entalhados e quadros em vários estilos, que variam do grafite urbano, passando pelo impressionismo, primitivismo, apresentando uma diversidade, que revela a riqueza das muitas culturas indígenas, que constituem a cultura manauense.
Texto – Cristóvão Nonato / Concultura
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Disponíveis em – https://flic.kr/s/aHsmWHYebP
Fotos – Altemar Alcântara / Semcom
Prefeitura abre ao público a primeira ‘Mostra de Arte Indígena’ Prefeitura Municipal de Manaus.