Após o Brasil ultrapassar a marca de 300 mil mortos pela Covid-19, o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) afirmou que se faz necessário respeitar o trabalho da ciência e abandonar discursos negacionistas sobre a gravidade da pandemia e da letalidade do novo vírus.
“O Brasil nesta quarta-feira (24), passou de uma marca muito cruel da nossa população, registrando a morte de mais de 300 mil brasileiros para a Covid-19. É claro que ninguém pode estar alegre com essa realidade, mas por outro lado, todos nós, independente de cores partidárias, de lados políticos, temos que dar a nossa contribuição para superar esse momento triste que o Brasil vive. São 300 mil brasileiros que morreram. Precisamos respeitar a ciência sem negacionismo”, defendeu o deputado.
A declaração foi feita durante discurso na sessão híbrida da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), desta quinta-feira (25). A trágica marca, segundo Serafim, é alcançada no momento em que o Brasil enfrenta um dos piores cenários da pandemia de Covid-19, com diversos estados relatando colapso no sistema de saúde.
“Tivemos muitos desencontros da Presidência da República com governadores e prefeitos, desencontros do Ministério da Saúde com as secretarias de Estados e Municípios, desencontros entre secretarias estaduais e municipais. E quando nós batemos – eu não sei se já é o fundo do poço – mas é uma profundidade muito grande, entendo que é chegada a hora das elites brasileiras verem que esse não é o caminho. Temo muito que essa pandemia daqui a pouco chegue a 500 mil mortos. Isso seria uma tragédia para nós”, analisou Serafim.
O parlamentar destacou que somente após ocorrer o colapso nacional da saúde e o Brasil ter se tornado o epicentro da pandemia, Bolsonaro aceitou a sugestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e criou, na quarta, um Comitê de Crise.
“[…]espero que seguindo a ciência, seguindo as boas práticas, possamos diminuir e controlar o ritmo da pandemia, avançar com a vacinação. Mas por ao menos dois anos nós fizemos tudo errado. Brigamos com a China, com a Índia, depois nos metemos na política interna dos Estados Unidos. O presidente Bolsonaro apoiou Trump, que perdeu para o Biden, então agora nós estamos sem parceiros internacionais”, declarou o deputado.
Serafim concluiu lembrando que o Brasil depende das vacinas e dos insumos de outros países e que não pode seguir adotando posturas equivocadas.
“O nosso Itamarati está em baixa, porque temos um ministro (Ernesto Araújo) negacionista. O ministro diz que não há nenhum problema do Brasil ser um pária internacional. Em um mundo globalizado, com a economia globalizada, todos nós precisamos um dos outros. Nós temos que estar envolvidos com muitos lados e não agredindo outros países e se intrometendo na política interna”, concluiu.
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