O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) afirmou na manhã desta quarta-feira (5), que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, não engana sequer uma criança ao alegar que está com suspeita de Covid-19 para não comparecer ao Senado para prestar depoimento aos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19.
Pazuello deveria ser ouvido nesta quarta-feira pelos senadores no âmbito da CPI que apura eventuais equívocos na reação à pandemia de Covid-19. Pazuello tentou, ainda, que a oitiva fosse virtual, porém o depoimento presencial foi remarcado para o dia 19 de maio.
“Nós estamos na política há muito tempo e até pela experiência de vida é muito duvidosa essa ação do ilustre ex-ministro Pazuello. Ela não convence a ninguém. Não convence uma criança de 8 anos. Mas entendo que o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), e os membros titulares, agiram de forma correta ao dizer que vão esperar 14 dias para que dúvida alguma reste sobre a possibilidade de no futuro o ministro Eduardo Pazuello venha a alegar que teve cerceada a sua defesa, seu direito de depor livremente”, disse Serafim.
O líder do PSB na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) avaliou que gera dúvida a postura de Pazuello às vésperas de seu depoimento.
“Primeiro porque ele nunca teve preocupação com o isolamento, inclusive indo para o shopping sem máscara. Segundo que ele já teve Covid-19, portanto seria um caso de reinfecção raríssimo. Terceiro é que ele manifestou a preocupação de não contaminar os membros da CPI. Interessante é que antes ele não tinha essa preocupação. Eu lamento tudo isso, porque para a opinião pública passou que isso foi uma tentativa do ministro de fugir de suas responsabilidades. Eu que já participei de CPIs vi manobras semelhantes a essa e para mim não é novidade. Mas é lamentável que o ex-ministro tenha recorrido a expedientes desse tipo”, avaliou o deputado.
Sobre o depoimento do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta à CPI na segunda-feira (4), Serafim destacou a análise de que a troca de secretários de saúde no Amazonas e a desarticulação entre governo e prefeitura podem ter prejudicado o combate à Covid-19.
“(…) o Amazonas teve em um ano e meio quatro secretários de Saúde. É impossível uma secretaria se organizar com tamanha instabilidade. Em segundo lugar vem a falta de sintonia, que aliás vem desde o Governo Federal, mas aqui é muito grande, sempre foi, a falta de entendimento, de diálogo entre a SES-AM e as secretarias municipais de Saúde”, declarou o deputado.
Para Serafim, nos últimos quatro meses, a relação entre SES-AM e SEMSA melhorou, “mas ainda está distante daquilo que é necessário ser”.
“Creio que melhorou muito ultimamente com a Dra Shádia Fraxe (titular da Semsa) no município e o Dr. Marcellus Campêlo (titular da SES-AM) no estado, mas sinto que ainda há muita resistência entre as equipes e esse é um desafio que está colocado para os dois. É necessário superar essa grande confusão que vira a atenção primária, média e alta complexidade com o estado tendo funcionários do município e o município tendo funcionários do estado. E quando você vai para o bico do lápis é o município que está carregando o estado e não o estado que está ajudando o município, como seria o normal e o lógico”, concluiu o parlamentar.
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