A participação da mulher na política brasileira tem tido avanços ao logo das décadas e a presença de cinco parlamentares mulheres na atual Legislatura da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) é marca viva desse movimento.
Para a deputada Mayara Pinheiro (PP), que foi eleita com o maior número de votos no último pleito eleitoral, esse é sem dúvidas um momento marcante para a política brasileira. De acordo com ela, o fenômeno tem se espalhado pelo país.
“No Estado do Amazonas, a bancada feminina tem mostrado o valor destas guerreiras com uma legislatura propositiva e atuante. Infelizmente este fenômeno tem se demonstrado um pouco mais desacelerado quando se trata do Poder Executivo. Nas últimas eleições de 2020, apenas 12% dos Chefes dos Poderes Executivos Municipais eleitos foram mulheres”, analisou Mayara Pinheiro.
Mas, para a presidente da Comissão da Saúde da Aleam, para efetivar a representatividade feminina na política muito ainda deve ser feito. “Entendo que temos avançado bem na representatividade feminina na política, mas ainda há muito a ser feito. Os bons exemplos de mulheres na gestão pública têm que ser enaltecidos e precisam ser levados em consideração nas urnas. Considero que o Amazonas tem fazendo sua parte, a ponto de termos quase um quinto da Casa Legislativa composta por mulheres a partir de fevereiro”, ponderou Mayara Pinheiro.
A primeira deputada da Assembleia do Amazonas, a solicitar licença-maternidade, Joana Darc (PL), atualmente se dedica aos cuidados com o pequeno Joaquim, que veio ao mundo na última semana. Ela conta que a data sem dúvidas está sendo vivida e sentida de maneira diferente.
“Estou vivendo o ápice de ser mulher. Já conquistei muito como mulher e luto diariamente para que todas as mulheres do Amazonas possam ter as acesso às mesmas oportunidades. Ter um parlamento com cinco cadeiras femininas demonstra a mudança que o mundo passa, a nossa força, a nossa representatividade e o poder da nossa influência. Que a política seja mais feminina e que nenhuma mulher deixe de alcançar seus sonhos pessoais e profissionais pelo simples fato de ser mulher”, comemora Joana Darc.
Segundo o cientista social Jack Serafim, a pouca representatividade feminina ainda é uma realidade a nível mundial. “A pauta feminina começou a ganhar voz e força nestes últimos anos por conta da abertura da participação da mulher, que realmente, ainda é muito pequena, já que o ideal seria uma proporção de 50/50 para a consolidação desse equilíbrio para uma verdadeira democracia. Porém, até em alguns países desenvolvidos, como os Estados Unidos, a representação feminina nas câmaras é de cerca de 20% e isso mostra que a nível mundial nós, enquanto sociedade, infelizmente, ainda não conseguimos avançar nesse sentido”, lamentou Jack Serafim.
Ele também aponta a escolha de mulheres na política como a chave para a mudança em termos de garantias de direitos das mulheres. “A democracia tem por fundamento a pluralidade, a representatividade e quando a gente fala de uma Casa Legislativa em que essa representatividade não existe, ainda mais em um estado em que a maioria da população é formada por mulheres, percebemos que as principais demandas desse grupo ficarão, invariavelmente desassistida. Algumas campanhas relacionadas à saúde da mulher, por exemplo, que se transformaram em direito bem recentemente, são reflexos dessa participação feminina, dessa chegada feminina aos postos de poder. Por isso é importante ver o Amazonas ampliando a sua bancada feminina no Parlamento Estadual”, afirmou Jack Serafim.
Texto: Diretoria de Comunicação da Aleam
Foto: Danilo Mello