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Por Agência Amazonas
Localizados no Centro Histórico de Manaus, que teve tombamento homologado nesta quarta-feira (28/07), pelo Ministério do Turismo, os palácios da Justiça, Rio Negro e Palacete Provincial aproximam o público da história do Estado do Amazonas e do Brasil. Os espaços culturais estão abertos para visitação turística de segunda a sábado, das 9h às 17h, com acesso gratuito.
O agendamento pode ser feito pelo Portal da Cultura (cultura.am.gov.br). As visitas, com 45 minutos de duração, acontecem com grupos de até dez pessoas por horário, em cumprimento aos protocolos de prevenção contra a Covid-19.
Com 121 anos, o Palácio da Justiça, na avenida Eduardo Ribeiro, é tombado como Patrimônio Histórico e Artístico do Amazonas desde 1980 e transformado em centro cultural em 2006. O equipamento de detalhes da arquitetura em estilo renascentista traz a história do Poder Judiciário do Estado, o Museu do Crime e exposições de diversas linguagens.
O Palácio da Justiça tem portões de ferro fundido importados de Glasgow, na Escócia, e calçada e escadarias em pedra de Liós, de Lisboa. O teto do hall é revestido em estuques com paredes em imitação de mármore e a escada principal tem guarda-corpo metálico, com arcos dourados com seis hermas ou cariátides, importadas de Lisboa. O piso do hall é de ladrilhos hidráulicos.
Já o segundo andar é decorado com balaustradas, tetos recobertos com estuques, colunas, cartelas e paredes marmorizadas e piso de madeira (acapu e pau-amarelo). Entre as peças da mobília centenária está o relógio do tipo carrilhão, da década de 1920, com estrutura de jacarandá baiano e maquinário suíço, assim como móveis que vieram da última restauração, em 2002, e lustre original feito de bronze e cristais.
As mostras “Caruanas – O foco repousa na força mística”, “Olhares Tumbira”, “Abraçando o Xapono”, “Severiano 90 anos” e “Arquiteotonicas” compõem o circuito de exposições da casa.
Palácio Rio Negro
Com base na avenida Sete de Setembro, 1546, o Palácio Rio Negro foi transformado em centro cultural em 1997, em virtude de sua arquitetura e relevância histórica, com 228 peças no acervo.
O prédio foi construído em estilo eclético, em 1903, para ser residência particular de um comerciante da borracha, o alemão Karl Waldemar Scholz. No local funcionou a sede do Governo e, em 1980, foi tombado como Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Amazonas.
Na visita turística, todo contexto histórico é apresentado no hall de entrada, onde tem a famosa escada tesoura, com técnica de marchetaria, e estão expostos lustre da época de construção, relógio estilo carrilhão suíço, os quadros “Paisagem Amazônica”, do pintor amazonense Moacir de Andrade; e “Imortalidade”, de Branco Silva; estátuas de origem francesa fundida em bronze, manequins com figurinos de época, entre outros destaques.
Ainda no térreo estão as salas Silvery Nery e o salão nobre Pedro Bacellar, onde são exibidos os quadros “Fadas e Sapos”, de Moacir de Andrade, e “Paisagem”, pintura de Solon Botelho, de 1957, além de um piano de cauda.
Nas salas Antônio Bittencourt e Ephigênio Salles está a exposição “O Clamor da Mata”, de Pietro Bruno. Em 15 quadros, o artista plástico defende a preservação da cultura indígena, a flora e a fauna amazônicas, ao retratar elementos do cotidiano, tradições indígenas e da Floresta Amazônica.
No segundo andar, além das duas amplas varandas, uma com vista para o Parque Jefferson Péres e outra para a avenida Sete de Setembro, o público pode apreciar obras de arte, conhecer símbolos do Estado, dados históricos sobre a constituição do Amazonas e a Galeria de ex-governadores.
Palacete Provincial
Com sede na Praça Heliodoro Balbi e tombado como Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Amazonas em 1988, o complexo cultural abriga a Pinacoteca do Estado e os museus de Numismática, Tiradentes, da Imagem e do Som e de Arqueologia.
O roteiro começa pelo andar superior, no Museu de Arqueologia, que traz artefatos indígenas, urnas funerárias restauradas, pedras lapidadas e a Estatueta Antropozoormorfa, cedida ao Museu pelo Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA).
O Museu Tiradentes conta a história da Polícia Militar no Amazonas em dois salões, com armaduras da coleção particular de Adolpho Lisboa, modelos antigos de armas, piso original que representa o Encontro das Águas e registros históricos, desde 1830, apresentados em murais ao longo da mostra.
No Museu de Numismática Bernardo Ramos, que tem mais de 35 mil peças, o acervo traz moedas, medalhas, cédulas, condecorações, selos, cartões-postais, fichas telefônicas, quadros, máquinas registradoras, máquinas de somar, fotografias, documentos e uma biblioteca especializada.
No andar inferior está a Pinacoteca do Estado do Amazonas, que, em 2018, ganhou nova organização em sequência cronológica e com a curadoria do artista plástico Óscar Ramos. A disposição das peças tem a proposta de nortear, de forma didática, estudantes, pesquisadores e público em geral, são obras de diversos artistas do século 19, dos anos 50, do Clube da Madrugada, entre eles, Hahnemann Bacelar, importante figura da arte visual amazônica, além de nomes contemporâneos do segmento.
Já o Museu da Imagem e do Som do Amazonas (Misam) é dividido em três exposições permanentes, com máquinas fotográficas de 1800 a 2002, objetos originais do cinema Guarany, como o projetor movido a carvão, que veio da França em 1900, e uma placa do camarote.
Livros, catálogos, jornais e revistas, partituras musicais, cartazes institucionais, impressos e manuscritos compõem o acervo bibliográfico enquanto o de audiovisuais e multimídia contam com filmes e documentários em DVD, Blu-Ray, fitas de vídeo e película, música em CD, discos de vinil, fitas cassete, DVD e fitas de vídeo.
O local tem em cartaz a exposição “Na Sintonia do Rádio”, na sala José Bernardo Michiles, da antropóloga e diretora teatral Nonata Silva, que também é artista visual e contempla três recortes específicos que destacam a invenção, as primeiras transmissões, rádios antigos, as radionovelas e toda a diversidade de timbres e sons das rádios locais.
Protocolos de segurança
Os equipamentos culturais administrados pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, adotaram todos os procedimentos necessários para evitar o risco de contaminação e garantir a segurança das pessoas, como o uso obrigatório de máscara, medição da temperatura e distanciamento de 1,5 metro. É proibido ainda o contato físico com elementos dos espaços, como colunas, paredes, vitrines expositoras, esculturas, pinturas, demarcadores, portas e maçanetas.
Os palácios da Justiça, Rio Negro e Palacete Provincial passam por processo de sanitização e tem totens de álcool em gel em pontos estratégicos. As equipes são treinadas para o cumprimento dos protocolos de segurança e evitar qualquer tipo de aglomeração.