O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) atribuiu a quarta fase da Operação Sangria, deflagrada pela Polícia Federal e que investiga desvios da Saúde no Estado por dispensa de licitação, à contribuição da CPI da Saúde da Assembleia do Amazonas, a qual foi membro. A declaração foi feita nesta quarta-feira, 2.
“Hoje, o assunto não pode ser outro que não seja a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), determinando mais uma operação da Polícia Federal em Manaus. Volto à máquina do tempo, há um ano, quando fomos membros da CPI da Saúde e tudo isso que está acontecendo agora tem origem lá na naquele trabalho, bem feito, e o mérito é dos membros da comissão”, a CPI foi presidida pelo deputado Delegado Péricles (PSL), teve como relator o deputado Fausto Jr. (MDB) e teve como demais membros Wilker Barreto (Podemos) e Dr. Gomes (PSC).
O líder do PSB na Casa Legislativa lembrou que foram detectados pagamentos indenizatórios por parte do Estado, superiores a R$ 5 bilhões, tendo a maior parte na pasta da Saúde, no período de 2010 a 2020. Ele considerou a operação de hoje, que investiga a alta cúpula do Governo do Amazonas, a “ponta do iceberg”.
“O que está vindo à tona, hoje, com aquela relação empresarial é a ponta do iceberg. Se nós colocarmos a régua e andarmos dez anos para trás vamos ter R$ 500 milhões por ano, e isso é muita coisa. Louvo que o MPF (Ministério Público Federal), após a entrega do relatório da CPI da Saúde da Aleam, em 2020, possa ter começado a andar diante do roteiro traçado”, afirmou.
Para Serafim, o caso, que é grave e repercute nacionalmente, deve ser investigado mais a fundo por órgãos de controle nas esferas estadual e federal.
“Esses R$ 5 bilhões precisam ser examinados. Quantas contas dessas já não foram apreciadas e aprovadas? Quantos processos, que deveriam ter sido instaurados pelo MP, e hoje não podem mais porque estão a abrigo da prescrição? Tudo isso nos remete para o tamanho da confusão que o Estado do Amazonas está metido. Não estou acusando o cidadão A, B, C ou D, estou apontando o modus operandi, o fato em si, que é fazer pagamento indenizatório. Isso é uma chaga e contraria toda a legislação”, sugeriu.
O parlamentar afirmou que após a conclusão da CPI e distribuição dos relatórios, no ano passado, ainda pairou acusação de que a CPI “tinha dado em nada”.
“A CPI apresentou relatório apontando fatos, pessoas, modus operandi e indicando outros fatos graves como o contrato com o Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, mais do que isso, a parceria público-privada do Hospital Delphina Aziz. A CPI da Saúde cumpriu o seu papel e agora, um ano depois, o MPF começa a seguir. Rogo a Deus que ele siga o caminho do dinheiro, porque tem R$ 5 bilhões para serem vasculhados”, concluiu Serafim.
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