Moradores de Lima, capital do Peru, começam a viver o drama da busca por oxigênio hospitalar. Um vídeo publicado por agências de notícias internacionais mostra a população organizada em uma imensa fila para abastecer cilindros na porta de uma fábrica que já não consegue atender a demanda crescente com o avanço da Covid-19 no país.
As mortes e casos confirmados de covid-19 aumentam de forma preocupante com a chegada de uma segunda onda da pandemia no Peru. “Definitivamente, a demanda disparou e a venda de oxigênio aumentou tanto que a fábrica tem que fechar porque não há mais o suficiente para atender o público”, afirmou Gabriel Cárdenas, coproprietário da PGO, empresa que comercializa oxigênio em Lima, em entrevista para a Agência France Press (AFP).
“Em apenas dois dias, a demanda quintuplicou. Os piores dias estão chegando por conta da segunda onda”, previu Cárdenas.
Em Lima, capital peruana com 10 milhões de habitantes, a pandemia já infectou 40% da população desde a chegada do vírus, em março, segundo autoridades sanitárias.
Na fábrica da PGO no populoso distrito de Villa El Salvador, ao sul de Lima, um metro cúbico de oxigênio é vendido por 15 soles (cerca de 4 dólares).
A recarga diária dos últimos dias naquela planta subiu para 40 cilindros de 10 metros cúbicos de capacidade a cada 24 horas.
O aumento da demanda fez com que algumas fábricas disparassem o preço do oxigênio em mais de 300%, que subiu para 50 soles (cerca de 14 dólares) por metro cúbico. “Aproveitar para aumentar os preços é realmente um crime”, lamentou a ministra da Saúde peruana, Pilar Mazzetti.
Para conter as especulações sobre o preço do insumo, chave para o controle da doença em pacientes graves com Covid-19, o governo inaugurou uma planta de oxigênio em Lima.
O Peru enfrenta uma segunda onda de infecções desde o início de janeiro e chega a registrar dois casos com a cepa britânica do coronavírus. O número de mortos passou de uma média de 50 por dia em um mês para mais de cem na última semana. E as infecções diárias aumentaram de 1.000 para 5.000.
FONTE: Agência France Press (AFP)