O número de aprovados equivale a uma média de 29% de aproveitamento do total de inscritos. O alto rendimento dos internos traz um reflexo otimista para a Secretária de Administração Penitenciária do Amazonas (Seap) que desempenha ações fundamentais na ressocialização dos detentos por meio de programas educacionais, conforme explica o secretário executivo da pasta, coronel Gioia.
A busca por oportunidades de começar uma nova vida fora dos presídios levou 471 internos do sistema prisional do Amazonas a realizar, nos dias 23 e 24 de fevereiro, a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O exame possibilita o ingresso em instituições de ensino superior, e agora, quase dois meses depois da prova, ao menos 137 apenados terão a chance de cursar uma universidade graças ao bom desempenho na prova.
Reconhecimento
O ranking de desempenho das unidades traz o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) em primeiro lugar, com 36 internos do regime fechado aprovados. Em segundo lugar, o Centro de Detenção Provisória Masculino 1 (CDPM1), com 21 detentos aprovados. Em terceiro lugar está o Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), com 16 aprovações.
“Quando assumimos a gestão, o governador dispôs para que fizéssemos um sistema diferenciado, principalmente na parte da remição de pena e de educação. Nós fizemos um projeto, ‘Conhecimento que liberta’, e dentre esses investimentos vêm as certificações, vêm os conhecimentos dos órgãos particulares que também se tornaram parceiros da gente, e veio o Enem, em que tivemos a grata satisfação de podermos atender a esses internos”, explica o coronel.
“Eu recebi esse resultado, para mim, um resultado satisfatório, porque houve um empenho da minha parte. Busquei através de muito estudo e também a unidade me propôs essa oportunidade, de ter a disponibilidade de uma biblioteca, com os recursos de livros, estudos e apostilas e também a realização da própria faculdade. Isso me auxiliou demais”, celebra.
Reeducando do programa de remição de pena, o apenado Miguel (nome fictício) obteve a maior nota entre os internos que prestaram a prova no Ipat e a segunda maior nota de todo o sistema prisional do Estado. Com o sonho de se tornar advogado, nos próximos meses ele conciliará o trabalho na biblioteca da unidade com o curso de perito criminal e perito forense em uma universidade particular pela modalidade de Ensino a Distância (EaD), por meio do Programa Universidade Para Todos (ProUni).
Em paralelo, alguns detentos contam ainda com o reforço por meio do projeto Bambu, que prepara os reeducandos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA).
Programas
Os resultados obtidos são frutos do esforço do Governo do Amazonas, por meio da Seap, na inclusão de projetos educacionais no sistema prisional como o “Remição pela Leitura”, no qual os detentos são instigados a realizar resenhas de livros em um contato mais próximo com o estudo da gramática.
“A educação é a grande ferramenta no processo de ressocialização, porque o reeducando, quando adentra a unidade e sai, ele não sai só com aquele nível de instrução, ele sai com um curso de qualificação profissional. Agora, quando eles saírem, já saem com o Ensino Médio completo, e uns com o curso superior também. A gente dá todo esse suporte para os reeducandos”, aponta a pedagoga da Escola Estadual (EE) Giovanni Figlioulo, que atende todo o complexo penitenciário na capital amazonense.
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Por Agência Amazonas
Foto: Márcio Azevedo/Secom