De quinta-feira (05/08) até este sábado (07/08), uma equipe de profissionais foi enviada para Tabatinga, no Alto Solimões, com o objetivo de realizar um diagnóstico situacional, tanto no município quanto nas cidades de Atalaia do Norte e Benjamin Constant, tendo em vista um alerta de risco para Covid-19 e a entrada de novas variantes. Os profissionais fazem parte da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/FVS-RCP), Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM), Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), Secretaria de Assistência do Interior (Seai) e Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
Com o envio de profissionais de saúde para a região do Alto Solimões na última semana, o Governo do Amazonas começou a executar ações para garantir o monitoramento da doença em municípios que fazem fronteira com o Peru e Colômbia. O objetivo é garantir o monitoramento de novas variantes e intensificar a vacinação em grupos populacionais dos três países. A análise na região permitiu às equipes tomar as primeiras medidas, entre elas a implantação do Laboratório de Fronteiras.
Com treinamento realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o local ofertará diagnóstico e sequenciamento genético por meio de testes do tipo RT-PCR e antígeno. Os exames serão aplicados em áreas portuárias dos três municípios, que registram diariamente um grande fluxo de pessoas dos países vizinhos.
A diretora técnica da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), Tatyana Amorim, explicou que a medida é pioneira, possibilitando minimizar e até identificar a entrada de novas variantes no Brasil, como por exemplo a Delta e a Lambda, por meio do sequenciamento genético. “Instalamos barreiras sanitárias nos portos, e as amostras coletadas dessas pessoas estrangeiras vão ser encaminhadas para o laboratório, assim como também em unidades de saúde estratégicas, dentre elas a UPA de Tabatinga, o hospital de Atalaia e o hospital de Benjamin, além das Unidades Básicas de Saúde. Nós entendemos que vacinando e testando, principalmente na região portuária nos três municípios que fazem fronteira com Peru e Colômbia, vamos conseguir minimizar a entrada de variantes”.
Reforçando a importância da descentralização das testagens de RT-PCR, que antigamente eram realizadas apenas na capital, o secretário executivo de Assistência ao Interior, Cássio Espírito Santo, destacou que, além das medidas voltadas para testagem e vacinação, o Amazonas articula com o Peru e Colômbia o alinhamento de ações no intuito de frear a entrada e infecção de novas linhagens do vírus. Segundo ele, durante a visita de diagnóstico no Alto Solimões, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) reuniu com membros estaduais de saúde dos dois países.
O resultado será a formulação de um seminário para organizar futuras medidas que beneficiem a população da fronteira. “Nessa visita vimos que a Colômbia estava muito avançada na vacinação, e Tabatinga estava vacinando 18 anos ou mais, trazendo tranquilidade. Porém, em Islândia, no Peru, e em Santa Rosa, estavam lentos, vacinando grupos populacionais acima de 50 anos. Por isso vamos estar fazendo uma força-tarefa para identificar as pessoas, testando e vendo a possibilidade de vacinar quem transita para o nosso país, porque seria uma forma de proteger a nossa população brasileira que está do lado de cá da fronteira”.
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Por Agência Amazonas
Foto: Diego Peres