FOTO: Jamile Alves/SemaAs instituições integrantes da Operação Tamoiotatá estiveram reunidas, na tarde desta sexta-feira (19/11), para a articulação de novas medidas de combate ao desmatamento e queimadas no Amazonas. Para 2022, os órgãos discutiram ações para o melhoramento da atuação na segunda edição da força-tarefa, prevista para iniciar em fevereiro do próximo ano.
Há 10 horas
Por Agência Amazonas
Entre as ações, a Operação Tamoiotatá 2022 terá início em fevereiro, com dois meses de antecipação
A reunião ocorreu no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), de forma emergencial, após a divulgação dos índices preliminares de desmatamento na Amazônia Legal, pelo Sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Na ocasião, foi feita uma reavaliação das ações de campo.
“A gente tem um problema localizado no sul do Amazonas e estamos reunidos, conforme determinação do governador Wilson Lima, para buscar o melhoramento das ações de comando e controle. A ideia é que a gente possa começar mais cedo a operação de 2022 e redefinir a infraestrutura com os recursos que nós temos disponíveis”, destacou o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira.
“Essa é uma medida muito importante porque, iniciando as ações em abril, houve um resultado positivo na prevenção de focos de calor. O Amazonas conseguiu reduzir em 32% os dados de queimadas em relação ao ano passado, ou seja, iniciando mais cedo a Operação 2022, também vai ser possível atuar com mais efetividade no processo que antecede as queimadas, que é justamente o desmatamento”, destacou o secretário.
Para o secretário, uma das questões que favoreceram o avanço do desmatamento entre julho de 2020 e agosto de 2021 – período de análise do Sistema Prodes – foi a pandemia, que impactou no quantitativo total em campo e no deslocamento das equipes para o interior, durante o segundo pico da doença. Diante desse cenário, a Tamoiotatá 2021 começou em abril, dois meses depois do inicialmente programado.
Emergência Ambiental – Outra questão, que será levada ao governador, é a necessidade de permanência do decreto de emergência ambiental, para que as equipes do Batalhão Ambiental possam ampliar sua atuação e compartilhar competências em conjunto com o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). Para o chefe de operações da Seagi, major Alisson Botelho, as medidas articuladas na reunião devem impactar na maior efetividade das ações.
Além do adiantamento da operação, as instituições discutiram a alteração dos planos de trabalho e a aplicação de recursos do projeto Floresta Viva, que coordena as ações de comando e controle inseridas no Programa Amazonas Mais Verde. A proposta é destinar mais recursos para melhorar a infraestrutura de atuação da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), em especial, do Batalhão Ambiental da Polícia Militar.
Ainda foi levantada na reunião, pelo chefe de fiscalização do Ipaam, Raimundo Chuvas, a sugestão da criação de uma base fixa entre os municípios de Humaitá e Porto Velho, na BR-319. “A ideia é que essa base seja permanente, onde seriam filtrados todos os veículos com suspeita de transporte de carga irregular, e a cada 15 dias a equipe de fiscalização seria substituída por uma nova equipe”, disse.
“Nosso foco é trazer uma efetividade maior no combate ao desmatamento. Nós temos o Ipaam atuando na parte de fiscalização e as forças de segurança vêm dar esse suporte, tanto a Polícia Militar, com o apoio do policiamento de proximidade; o Corpo de Bombeiros, atuando tanto na parte de socorrismo como no combate às queimadas; a Defesa Civil, atuando na formação de brigadistas; e a Polícia Civil, que dá o suporte judiciário. Ou seja, os órgãos estão todos presentes e essa consolidação favorece a atuação no terreno”, pontuou.
Além de representantes da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), do Ipaam, SSP-AM e Batalhão Ambiental, estiveram presentes no encontro membros da Secretaria Executiva Adjunta de Planejamento e Gestão Integrada (Seagi), da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), que coordena a execução do Programa Amazonas Mais Verde, além de efetivos da Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros e da Agência Brasileira de Inteligência.
Todas essas medidas serão oficializadas e discutidas, novamente, entre todos os órgãos integrantes da Operação Tamoiotatá, durante um workshop de avaliação da força-tarefa, previsto para acontecer ainda na primeira quinzena de dezembro.
De abril a outubro, a operação resultou na apreensão de 23 mil metros cúbicos (m³) de madeira ilegal e mais de 94 mil hectares de áreas embargadas pelo Ipaam. Ao todo, o instituto aplicou mais de R$71 milhões em multas, resultantes da fiscalização de 502 polígonos de desmatamento no sul do Estado.
Balanço parcial – A operação Tamoiotatá tem atuado, desde abril deste ano, contra crimes ambientais no sul do Amazonas – região considerada de maior vulnerabilidade para o avanço do desmatamento e das queimadas ilegais no estado. Ao todo, 312 pessoas, entre servidores e brigadistas florestais, compõem o efetivo.
Informações para a imprensa: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema): Jamile Araújo (98411-8444 e 3659-1828).
Legendas: Instituições estiveram reunidas em caráter emergencial nesta sexta-feira (19/11) | Operação Tamoiotatá 2022 será adiantada em dois meses | Órgãos discutiram, ainda, readequação de planos de trabalho e recursos para operação 2022 | Workshop de avaliação da força-tarefa irá consolidar novas ações de comando e controle.