A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), participou, na manhã desta terça-feira (16/11), de audiência pública organizada pela Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM). Os temas do encontro foram o tratamento e os equipamentos utilizados para prevenção ao câncer de colo de útero e mama no Estado.
A audiência ocorreu na sede da DPE-AM, na zona centro-sul de Manaus
Ambulatorização
O diretor-presidente da FCecon, mastologista Gerson Mourão, pontuou, durante a audiência, três importantes projetos que a instituição tem para tratar precocemente os cânceres de mama e do aparelho digestivo, além da prevenção ao câncer de colo de útero. O foco é na chamada ambulatorização.
A audiência ocorreu na sede da DPE-AM, na Avenida André Araújo, bairro Aleixo, zona centro-sul de Manaus, a convite do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), coordenado pela defensora pública Caroline Braz.
O outro projeto é o Centro Avançado de Prevenção do Câncer do Colo do Útero do Amazonas (CEPCOLU), que já tem verba de R$ 2 milhões destinada para construção e está em processo licitatório. O local funcionará como anexo da FCecon e será somente para fazer conização, pequena cirurgia que retira do colo do útero as lesões precursoras do câncer, causadas pelas infecções persistentes oriundas do Papilomavírus Humano (HPV).
Um dos projetos é o de biópsia para câncer de mama de forma ambulatorial. A FCecon já tem emenda destinada de R$ 1,7 milhão para a compra de um mamógrafo digital com estereotaxia. O equipamento permite fazer a biópsia durante a mamografia.
“São processos que estão em andamento e, com a previsão de serem colocados em prática em 2022, vamos ver a história do câncer mudar no nosso Estado”, disse Gerson Mourão.
O terceiro projeto é o de endoscopia terapêutica com inteligência artificial, ferramenta que permite retirar lesões suspeitas de câncer no intestino com melhor visualização das imagens e avisos sonoros quando o aparelho detecta essas lesões. No dia 10 de novembro, em sessão na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), os 24 deputados se comprometeram a destinar emenda de R$ 2,4 milhões para a implantação do projeto na FCecon.
Para a médica, o imunizante é uma forma eficaz de prevenir os cânceres de colo uterino, boca, garganta, pênis e ânus, causados por tipos oncogênicos do vírus HPV.
Colo uterino
A médica ginecologista e chefe do serviço de Ginecologia da FCecon, Mônica Bandeira, defendeu, durante a audiência, a ampliação da vacinação contra o HPV para meninas dos 9 aos 14 anos e meninos dos 11 aos 14 anos e o retorno da imunização às escolas no Amazonas.
Outra estratégia apontada pela médica é o projeto Ver e Tratar o Colo do Útero, de autoria da FCecon. O projeto consiste em levar aos municípios-polo (Itacoatiara, Manacapuru, Parintins, Tabatinga e Tefé) mutirões de conização, de seis em seis meses, evitando que as mulheres se desloquem até Manaus.
“As vacinas precisam voltar para as escolas. Quando o Ministério da Saúde retirou as vacinas contra o HPV das escolas, a adesão caiu muito. Precisamos aumentar essa adesão indo até às escolas”, disse Mônica Bandeira, sugerindo que a vacinação ocorra por distrito escolar.
O encontro também contou com representantes dos Ministérios Públicos Federal (MPF) e do Estado do Amazonas (MPE-AM), da SES-AM e da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa-Manaus).
Representantes
A chefe do serviço de Mastologia da FCecon, mastologista Hilka Espírito Santo, e a coordenadora estadual da Atenção Oncológica e chefe do Departamento de Prevenção e Controle do Câncer (DPCC) da FCecon, enfermeira oncologista Marília Muniz, também estiveram presentes à audiência.
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Por Agência Amazonas
FOTOS: Laís Pompeu/FCecon