Os cinco casos foram confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen/FVS), que processou as amostras coletadas do exame da gota espessa, pela Secretaria Municipal de Saúde de Ipixuna. O açaí contaminado foi ingerido na comunidade Igarapé Porto Rico, zona rural de Ipixuna. A FVS-AM investiga, ainda, outras 21 pessoas que também ingeriram o suco de açaí contaminado pelo parasita Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas.
Uma equipe da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) está em visita técnica em Ipixuna (a 1.367 quilômetros de Manaus) para investigar o surgimento de novos casos da doença de Chagas no município. Até o momento, são cinco casos confirmados da doença na localidade, onde foram confirmados casos agudos por ingestão de açaí contaminado de fabricação própria.
“Mesmo que a fabricação do açaí seja própria, é necessário que sejam observadas as condições de higiene dos manipuladores do fruto, já que, no Amazonas, a principal forma de transmissão da doença ocorre pela ingestão de suco de açaí contaminado”, alertou.
O diretor-presidente da FVS-AM, Cristiano Fernandes, alerta para a importância da população buscar fornecedores de açaí que garantam a qualidade do alimento, a partir das normas de higiene, para evitar contaminação.
“As demais 21 pessoas foram assintomáticas. Os casos confirmados já iniciaram o tratamento médico e estão sendo acompanhados por infectologista”, disse Elder.
De acordo com o chefe do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-AM (DVA/FVS-AM), Elder Figueira, das 26 pessoas investigadas para contaminação, seis apresentaram sintomas suspeitos para doença de Chagas, e cinco apresentaram resultado positivo para o parasita por meio do exame de gota espessa.
Até esta quinta-feira (15/04), foram registrados sete casos da doença em 2021 – Manaus (2) e Ipixuna (5).
A equipe da FVS-AM realizou reunião de caráter orientativo com produtores de açaí, tanto da área urbana quanto rural do município, para abordar sobre boas práticas de manipulação de alimentos e levantamento entomológico de infestação do parasita. Periodicamente, a FVS-AM realiza o treinamento de microscopistas da malária para que também realizem o diagnóstico oportuno para Chagas.
Transmissão
O parasita Trypanosoma cruzi é o agente etiológico da doença. No Amazonas, a principal forma de transmissão da doença ocorre por meio de ingestão de suco de açaí contaminado. A principal forma de prevenção é a inspeção visual e catação dos frutos antes da preparação e manipulação dos alimentos.
Sintomas
Os doentes podem apresentar um quadro de febre constante, inicialmente elevada, diarreia, vômito, dores de cabeça e musculares. Casos complicados podem evoluir com manifestações cardíacas, além do comprometimento do fígado e baço. O diagnóstico precoce e o tratamento imediato previnem as formas crônicas da doença e a ocorrência de óbitos.
Referência
A FVS-AM é responsável pela Vigilância em Saúde do Amazonas e atua no monitoramento de doenças no estado, entre elas a doença de Chagas, por meio do Departamento de Vigilância Ambiental (DVA/FVS). A FVS-AM funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na avenida Torquato Tapajós, 4.010, Colônia Santo Antônio, Manaus. O contato telefônico do DVA/FVS é o (92) 3182-8547.
Além do açaí, outros alimentos também podem estar envolvidos na transmissão oral do parasita, como frutas, vegetais e respectivas preparações, como suco de cana de açúcar, buriti e bacaba.
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Por Agência Amazonas