As madeiras de origem ilegal foram encontradas abandonadas em duas jangadas, próximo à comunidade Linda Conceição. Walben Ferreira, assessor técnico da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), responsável pela gestão da área, explica que a madeira pode ter sido abandonada quando os infratores foram informados sobre a ida da polícia.
Há 32 minutos
Por Agência Amazonas
A gestão da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçu-Purus, com apoio do 2° Grupamento de Polícia Militar (GPM) do município de Beruri (distante 173 quilômetros de Manaus), realizou monitoramento de denúncias de pressões e ameaças ambientais nas comunidades da Unidade de Conservação (UC). A fiscalização ocorreu no período de 21 a 24 de setembro, e resultou, entre outras ações, na apreensão de 48 toras de madeira.
O material apreendido foi doado para a comunidade do Arumã, onde a madeira será utilizada para reforma da escola e, também, para a reconstrução da base dos manejadores.
Outra possibilidade é que as madeiras estivessem nas jangadas apenas aguardando serem rebocadas para o município de Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus), onde seriam vendidas para as movelarias daquela cidade, segundo relatado por alguns comunitários.
Ameaças – O objetivo da expedição foi atender denúncias de comunitários que estão sentindo-se prejudicados pela ação irregular de pescadores, caçadores que têm como hobby matar patos selvagens, madeireiros que estão extraindo diversas espécies de árvores e outros ilícitos ambientais.
A extração de madeiras em RDS só é regularizada por meio de planos de manejo, conforme prevê o Plano de Gestão da área protegida.
“A aproximação que fizemos junto às embarcações foi no intuito de sensibilizá-los e deixá-los conscientes que ali é uma área protegida por lei e que é diferenciada, tendo um plano de gestão e que suas regras foram estabelecidas pelos moradores”, explicou Walben Ferreira.
Além da captura de toras, foram abordadas quatro embarcações, sendo uma delas um iate de luxo, que estava realizando a atividade de pesca esportiva dentro da RDS, no lago do Ayapuá.
As equipes também retiraram das águas do Rio Purus cinco capa-sacos, rede de arrasto usada para captura de tartarugas e outras espécies de quelônios. As cabeceiras dos rios são as áreas que mais sofrem pressão de extração de ovos na época seca, entre os meses de agosto a outubro.
“O respeito pelas comunidades deve existir, pois elas são as proprietárias daquela região”, acrescentou.
FOTOS: Divulgação/Sema
Ao todo, nove comunidades foram visitadas e orientadas sobre crimes ambientais e metodologias de proteção da natureza. Na Piagaçu-Purus, estima-se que vivem 5,5 mil pessoas, distribuídas em 67 comunidades.