Na contramão do aumento registrado no Amazonas, as Unidades de Conservação (UC) Estaduais, geridas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), conseguiram reduzir o desmatamento em 7% dentro de seus territórios. Os dados foram divulgados na sexta-feira (19/11), pelo Sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Estado também registrou redução de 32% no número de queimadas, segundo dados do Inpe
“Esse é um dado que comprova que as áreas protegidas ordenadas são capazes de atuar como barreiras ao desmatamento, ao mesmo tempo em que conseguem criar um cinturão de prosperidade, baseado nas cadeias produtivas sustentáveis que temos à disposição”, disse o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira.
O levantamento leva em consideração todas as áreas disponíveis no Amazonas. Conforme os dados, as UC Estaduais acumularam, de julho de 2020 a agosto de 2021, 16,7 quilômetros quadrados (km²) de área desmatada – 7% a menos que a análise anterior do Prodes. Além disso, as áreas protegidas de gestão direta da Sema contribuíram com apenas 1% do total de 2.063,38 km² registrado para o período.
Redução de queimadas
Em todo o estado houve ainda queda de 32% dos focos de calor, de janeiro a 17 de novembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2020. Do total, apenas 2% ocorreram dentro de UC Estaduais.
Ao todo, a Sema realiza a gestão de 42 UC Estaduais, sendo oito de proteção integral e 34 de uso sustentável, categoria onde estão incluídas as Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS). São mais de 18,9 milhões de hectares, que representam 12,1% do território amazonense.
Alertas de desmatamento
Dados divulgados pelo Prodes, nesta sexta-feira (19/11), mostraram que 83% do desmatamento registrado no Amazonas ocorreu em sete municípios do sul do estado.
Dos 95.542 focos de queimadas registrados, 92% estiveram concentrados em sete municípios do sul do Amazonas, área considerada a mais vulnerável para a ocorrência de crimes ambientais, sobretudo, a grilagem de terras públicas.
Ao todo, 70% do desmatamento ocorreu dentro de glebas federais e assentamentos, de gerência de órgãos federais; 5% ocorreu em áreas estaduais e 24% ocorreu em áreas não destinadas e/ou particulares.
A lista é liderada por Lábrea (542,4 km²), seguida por Apuí (330,1 km²), Boca do Acre (200,3 km²), Humaitá (198,6 km²), Novo Aripuanã (194,5 km²), Manicoré (134,7 km²) e Canutama (125,2 km²).
A reunião ocorreu de forma emergencial, após a divulgação dos índices preliminares de desmatamento na Amazônia Legal, pelo Sistema Prodes. Para 2022, os órgãos decidiram iniciar a segunda edição da operação em fevereiro do próximo ano – dois meses antes da Tamoiotatá deste ano.
Novas ações
Instituições integrantes da Operação Tamoiotatá estiveram reunidas, na tarde de sexta-feira (19/11), para a articulação de novas medidas de combate ao desmatamento e queimadas no Amazonas.
Além do adiantamento da operação, as instituições discutiram a alteração dos planos de trabalho e a aplicação de recursos do projeto Floresta Viva, que coordena as ações de comando e controle inseridas no Programa Amazonas Mais Verde. A proposta é destinar mais recursos para melhorar a infraestrutura de atuação da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), em especial, do Batalhão Ambiental da Polícia Militar.
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Por Agência Amazonas
FOTOS: Bruno Zanardo/Secom | Divulgação/Sema