Apesar de o babaçu ter área de ocorrência no Estado do Maranhão, é possível encontrar, também, grande quantidade no Amazonas. Diante disso, para aprimorar a técnica de manipulação do fruto, na região, a Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e Saneamento, da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), está no Maranhão, para expandir conhecimento sobre as técnicas de manejo sustentável do babaçu, junto às comunidades rurais.
O responsável pela articulação do intercâmbio de conhecimento, entre o Amazonas e o Maranhão, é o presidente da Comissão, deputado estadual Sinésio Campos (PT). Para ele, esse é um passo importante para consolidar o babaçu como uma nova matriz econômica do Amazonas. “Não podemos depender apenas da Zona Franca de Manaus como modelo econômico para o Estado, por isso venho reforçando o discurso sobre as potencialidades que o babaçu tem a oferecer. Diferente do dendê que precisou ser inserido no Amazonas, o babaçu nasce de maneira natural em nossas terras, o que torna o processo de implantação do manejo sustentável mais fácil. Atualmente, o Maranhão é um dos principais exportadores do babaçu e seus derivados para o Brasil e o mundo e, por isso, estamos aqui. Queremos aprimorar as técnicas aprendidas com os maranhenses e adaptá-las à realidade amazônica”.
Sinésio Campos apontou que o investimento no babaçu transformará não somente o modo como o fruto é manipulado, na região, mas, também impactará na geração de emprego e renda. “Novas áreas econômicas serão atingidas com o investimento no babaçu como, por exemplo, a fabricação de cosméticos, biocombustíveis e artesanatos. O principal beneficiado com essa cadeia de produção será o caboclo, o ribeirinho, o pequeno produtor rural agroextrativista e, consequentemente, a economia do Amazonas. Vamos lutar para que alimentos como a farinha do babaçu, rica em amido e sais minerais, além de seus derivados como pães, biscoitos, bolos e mingaus sejam introduzidos nas merendas escolares do Estado, alimentado de modo saudável nossas crianças, com um fruto que dá em terras amazonenses”.
Entre os locais visitados pela Comissão, no Maranhão, está a Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas do município Lago do Junco (COPPALJ), que há 30 anos manipula o fruto e produz óleo do babaçu bruto e refinado. A usina tem capacidade de refino de até cinco toneladas de óleo, por dia. O produto orgânico e refinado pode ser utilizado tanto pela indústria alimentícia, quanto cosmética. A Comissão visitou ainda as mulheres quebradeiras de coco do babaçu, da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Lago do Junco (AMTR), que há 30 anos também manipulam o fruto.
A comitiva amazonense, composta por autoridades municipais e estaduais, bem como órgãos ambientais e de fomento, continua a agenda de visitas técnicas nas instalações da fábrica de produção do óleo de babaçu, da COPPALJ. Em seguida, a delegação segue para a capital do Maranhão, São Luís, para um encontro com o governador do Estado, Flávio Dino.
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