Diante do atual cenário vivido pelo Amazonas em decorrência da pandemia de covid-19, o Ministério Público do Amazonas continua com a prática de ouvir profissionais que são considerados referência nas diversas formas de abordar o problema. Foi o teor da reunião de trabalho com os membros do MP, realizada na manhã da quinta-feira (18/02), com o objetivo de discutir as ações preventivas necessárias para evitar uma possível 3º onda da doença no estado. Com a participação de vários promotores e procuradores de Justiça, o encontro teve como expositores o médico epidemiologista Wanderson Oliveira (UFRGS) e o, também médico, infectologista Marcus Lacerda (Fundação de Medicina Tropical/HDV).
A reunião, que durou pouco mais de três horas, foi aberta pela procuradora de Justiça Silvana Cabral, coordenadora do Grupo de Trabalho de Enfrentamento à Covid-19 do MPAM, com a mediação da procuradora de Justiça Jussara Pordeus, atual Corregedora-Geral do MP.
Wanderson oliveira, apresentou as implicações na saúde pública frente ao possível agravamento da transmissão no Amazonas, “Existem responsabilidades pessoais que incluem manter a distância física, usar máscara, higienizar as mãos e cobrir-se ao tossir, evitar tocar o rosto e limitar a permanência em espaços cheios. E as responsabilidades compartilhadas que são os testes e rastreamentos de contatos, ventilação e filtragem do ar, comunicação governamental e ajuda financeira, quarentenas e isolamento e vacinas.”. Wanderson lembra ainda que essas medidas coordenadas são essenciais, pois garantem o livre trânsito, aumentando assim a transparência para sociedade e os negócios e evitam a fragmentação e interrupção dos serviços, e que é preciso aprimorar as medidas conforme as crises forem surgindo.
O infectologista Marcus Lacerda, apresentou as praticalidades no monitoramento clínico e epidemiológico, mostrando as definições mais oportunas para analisar a doença, pelo fato de algumas informações de atualização do banco de dados serem mais lentas, “são definições que não são baseadas em testes rápidos, como por exemplo, o aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), independentemente de ser Covid ou não porque a confirmação pode demorar um tempo, o aumento de atendimento em UBSs como parâmetro, o aumento de hospitalizações e o aumento de ocupações de leitos de UTI.” ressaltou o médico.
No cenário em que o Amazonas se encontra, as prioridades são a despolitização imediata da pandemia, a educação continua dos profissionais de saúde, e o aumento da cobertura vacinal em especial no interior do estado, analisando a efetividade das vacinas disponíveis e genotipagem contínua de novas variantes.
A reunião teve o apoio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de justiça Especializadas na Proteção e Defesa do Consumidor, dos Direitos Constitucionais do Cidadão e do Patrimônio Público CAO-PDC), Fundação de Medicina Tropical e da Secretaria de Serviços Integrados de Saúde do Supremo Tribunal Federal. A realização foi do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), do MPAM.